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Saiba quando a dor de cabeça pode ser um sinal de alerta para algo mais grave

Postado em: 26/06/2024

Dor de cabeça

A dor de cabeça é um problema que atinge quase metade da população mundial, sem fazer distinção de idade, etnia ou condição socioeconômica. Por ser um dos sintomas mais comuns relacionados a transtornos do sistema nervoso, seu impacto na qualidade de vida pode ser significativo, tornando-se, muitas vezes, debilitante. 

Como médico, tenho acompanhado diversos pacientes que sofrem desse mal, e uma das minhas primeiras abordagens é entender o tipo de dor e sua frequência. 

Embora, na maioria dos casos, a dor de cabeça não seja motivo de grande preocupação, é importante ficar atento, pois, em algumas situações, ela pode ser um sinal de alerta de algo mais sério.

A verdade é que, embora a dor de cabeça seja efetivamente incômoda e, muitas vezes, atrapalhe as atividades diárias, na maioria dos casos ela é temporária e, com o tratamento adequado, pode ser resolvida. 

Porém, é importante destacar que em cerca de 2% dos casos, a dor de cabeça pode ser um sintoma de um problema mais grave, como uma condição neurológica subjacente. Por isso, sempre oriento meus pacientes a observar certos sinais e buscar ajuda médica para um diagnóstico mais preciso.

Os tipos mais comuns de dor de cabeça

Quando falamos sobre dor de cabeça, é importante entender que existem diversos tipos, e cada um pode ter causas e características específicas. 

Segundo estudos recentes, cerca de 98% das dores de cabeça são classificadas como cefaleias primárias, que, apesar de dolorosas, geralmente não estão associadas a problemas graves. Dentro dessa categoria, podemos destacar três tipos principais:

Cefaleia tensional

Este é o tipo mais comum de dor de cabeça. A cefaleia tensional é caracterizada por uma dor difusa que atinge ambos os lados da cabeça, dando a sensação de pressão, como se algo estivesse apertando a região. 

Ela pode durar de 30 minutos a vários dias, variando de pessoa para pessoa. A dor pode ser acompanhada de desconforto nos ombros e no pescoço, o que muitas vezes leva o paciente a procurar alívio na automassagem ou mudança de postura.

Embora a causa exata da cefaleia tensional seja desconhecida, sabemos que alguns gatilhos podem desencadear o problema, como estresse, noites mal dormidas e fadiga. 

É comum, por exemplo, que pessoas com jornadas de trabalho intensas ou submetidas a pressão emocional apresentem episódios frequentes desse tipo de dor.

Enxaqueca

A enxaqueca é outro tipo bastante comum, porém com características mais severas. Eu costumo dizer que, ao contrário da cefaleia tensional, a enxaqueca não apenas afeta a cabeça, mas o corpo como um todo, pois os sintomas podem ser debilitantes. 

Além da dor intensa e pulsante, que geralmente atinge apenas um lado da cabeça, os pacientes relatam náuseas, vômito, e uma forte sensibilidade à luz e ao som. 

Em muitos casos, a dor começa ao redor do olho e da têmpora, espalhando-se para a parte posterior da cabeça.

Outro aspecto importante da enxaqueca é a chamada “aura”, que ocorre em cerca de 20% dos casos. 

A aura é uma alteração visual que pode incluir luzes piscantes, brilhos ou distorções visuais, e, em alguns casos, pode vir acompanhada de dormência ou formigamento em partes do corpo. 

Em mulheres, é comum que a enxaqueca esteja associada ao ciclo menstrual, sendo um fator a ser considerado no tratamento.

Cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas é mais rara, porém mais comum em homens. Esse tipo de dor de cabeça é caracterizado por crises intensas e repetitivas, que podem ocorrer várias vezes ao longo do dia. 

Cada crise dura, em média, de 30 minutos a uma hora e é concentrada em um lado da cabeça, geralmente ao redor do olho. 

Esse olho, por sua vez, tende a ficar vermelho, lacrimejante e sensível à luz, além de o nariz do paciente ficar congestionado ou escorrendo.

O nome cefaleia em salvas faz referência ao fato de que as crises vêm em “blocos” ou “salvas”, com múltiplos episódios ao longo de semanas ou meses, seguidos de períodos de remissão. 

É uma dor extremamente incapacitante, e quem sofre desse tipo de cefaleia sabe o quanto é difícil lidar com as limitações que ela impõe.

Tipos menos comuns de dor de cabeça

Além dos tipos de cefaleia primária mencionados, há também as chamadas cefaleias secundárias, que são mais raras, mas podem ser um indicativo de problemas mais sérios. Esses tipos de dor de cabeça são causados por condições subjacentes, como:

  • Tumores intracranianos;
  • Infecções do sistema nervoso central, como meningite ou encefalite;
  • Hemorragia subaracnoide;
  • Aneurisma cerebral;
  • Trombose venosa cerebral;
  • Hipertensão intracraniana idiopática.

Em casos como esses, a dor de cabeça pode ser apenas um dos muitos sintomas, sendo essencial identificar a causa subjacente para tratar a condição adequadamente. 

É fundamental que os pacientes que apresentam dores de cabeça associadas a sintomas neurológicos ou outras condições mais graves busquem atendimento médico imediato.

Como identificar o tipo de dor de cabeça

Sempre que um paciente chega ao meu consultório com queixas de dor de cabeça, a primeira coisa que faço é analisar o histórico do problema. Existem várias perguntas que ajudam a identificar o tipo de cefaleia, como:

  • Quando a dor começou?
  • Qual a frequência e duração da dor?
  • Qual a intensidade da dor?
  • A dor piora com algum fator específico, como esforço físico?
  • Existem sintomas associados, como náusea, vômito ou distúrbios visuais?

Essas informações são fundamentais para determinar se a dor de cabeça é do tipo primário, como a cefaleia tensional ou a enxaqueca, ou se pode ser um indicativo de uma condição mais grave, como uma cefaleia secundária.

Sinais de alerta para dores de cabeça graves

É importante estar atento aos sinais de alerta que podem indicar um problema mais sério. De acordo com a British Association for the Study of Headache, os principais sinais que merecem atenção incluem:

  1. Cefaleia em trovoada, com início súbito e extremamente intenso;
  2. Dor de cabeça em pessoas com mais de 50 anos ou menos de 10;
  3. Dor de cabeça persistente ao acordar, acompanhada de náusea;
  4. Novo episódio de dor de cabeça em pacientes com histórico de câncer ou HIV;
  5. Dor de cabeça progressiva, que piora ao longo das semanas;
  6. Dores de cabeça associadas a mudanças posturais ou esforço físico;
  7. Episódios de aura que duram mais de uma hora ou vêm acompanhados de fraqueza muscular.

Esses sinais indicam a necessidade de uma avaliação médica imediata. Muitas vezes, a identificação precoce de um problema subjacente pode ser crucial para evitar complicações mais graves.

Considerações finais

Em resumo, embora a dor de cabeça seja uma condição comum, é fundamental entender que ela pode variar em intensidade e gravidade. 

Sempre que a dor de cabeça se torna persistente ou apresenta características incomuns, como os sinais de alerta mencionados, é imprescindível buscar orientação médica. 

Como especialista, estou à disposição para ajudar a identificar a causa da sua dor e oferecer o tratamento mais adequado, para que você possa retomar sua qualidade de vida.

Dr. Renato Tosello
Neurorradiologista intervencionista, especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem
CRM 133.066

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