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Por que os aneurismas são mais frequentes em mulheres?

Postado em: 21/09/2022

Os aneurismas cerebrais não são uma exclusividade das mulheres, mas, levando em conta alguns fatores, são mais frequentes no gênero feminino. O principal aspecto a se considerar é a idade. Estudos apontam que durante a infância e a adolescência, os aneurismas são mais comuns em homens, mas o cenário muda após os 40 anos de idade, quando a doença passa a ser mais frequente nas mulheres. Entre os 20 e 30 anos, a distribuição é parecida entre os dois gêneros.

Publicado na Biblioteca Virtual em Saúde, o estudo “Prevalência de aneurismas cerebrais incidentais entre homens e mulheres” fez, justamente, uma análise referente às idades e ao gênero em um grupo de 1.545 pacientes e reforça que “os aneurismas incidentais têm maior frequência relativa em mulheres”.

Além disso, traz o alerta: os fatores de risco presentes em ambos os sexos são hipertensão arterial, dislipidemia, tabagismo, diabetes e rins policísticos.

Essa incidência maior nas mulheres acima dos 40 anos não é à toa. Além dos hábitos, histórico familiar e as outras comorbidades, diferentes elementos devem ser levados em consideração. Um deles é o nível de estrogênio, que diminui consideravelmente após a menopausa e enfraquece a parede arterial, devido a redução do colágeno e da elastina reduzindo a elasticidade da parede da artéria, o que aumenta o risco de desenvolver o aneurisma cerebral.

O estrogênio ou estrógeno é o hormônio produzido da adolescência até a menopausa pelos ovários, tecido adiposo, células da mama e ósseas e glândula adrenal. Ele desempenha importantes papéis e é responsável, por exemplo, pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais femininos, controle do ciclo menstrual e desenvolvimento do útero. No entanto, a terapia de reposição hormonal com estrogênio ou progesterona + estrogênio em pessoas portadoras de aneurisma, história familiar de aneurisma ou com fatores de risco cardiovascular não deve ser considerada. A terapia de reposição hormonal pode aumentar a incidência de aneurisma cerebral nesta população e aumentar o risco de crescimento e ruptura nas pessoas de aneurisma cerebral. Hormone replacement therapy and the risk of subarachnoid hemorrhage in postmenopausal women

Prevenção

Sabendo que estão mais suscetíveis a ter um aneurisma, as mulheres devem ter atenção máxima em determinados aspectos da saúde. Para a prevenção dos aneurismas cerebrais, necessita-se de um controle rigoroso da pressão arterial, ao redor de 120 x 80 mmHg, manutenção dos níveis normais da glicemia (açúcar no sangue), colesterol e triglicérides, associado a uma alimentação saudável à base de vegetais, frutas, fibras e carnes magras, assim como praticar regularmente exercícios físicos, não fumar e não ingerir bebida alcoólica em excesso. 

Pessoas com história familiar positiva para aneurisma cerebral devem visitar um especialista periodicamente para o rastreamento, pois o risco de desenvolver esta doença é maior do que naquelas sem história familiar.

O Aneurisma Cerebral

Tendo tudo isso em mente, é importante entender o que é a doença. O aneurisma cerebral é uma “dilatação” que se desenvolve em um local de fragilidade da parede de um vaso sanguíneo (artéria ou veia) que irriga o cérebro. Frequentemente, se forma na bifurcação das artérias intracranianas. Por causa da dilatação, a parede do vaso fica mais enfraquecida e afilada à medida que aumenta de tamanho, como se fosse a borracha de uma bexiga que vai ficando mais fina e frágil enquanto se enche de ar até romper. Ao se romper e sangrar, o aneurisma causa um AVC hemorrágico sendo o do tipo subaracnóide, o mais comum.

Saiba Mais: Qual a diferença entre AVC e aneurisma cerebral?

Sintomas

O aneurisma normalmente não causa sintomas enquanto está pequeno, não comprime tecido cerebral ou nervos adjacentes e mantém sua parede íntegra (ou seja, quando não há ruptura).

Dependendo da localização e do tamanho do aneurisma, ele pode pressionar o tecido cerebral e os nervos ao seu redor, podendo gerar alguns sintomas como dor de cabeça; dor acima e atrás de um olho; dilatação da pupila de um olho; mudança na visão ou visão dupla e dormência de um lado do rosto.

Quando o paciente desconfia desses sintomas e procura ajuda médica, principalmente de um neurorradiologista intervencionista, pode-se detectar a tempo a presença do aneurisma (que não sangrou) e tratá-lo de forma segura. A angiografia cerebral é o exame padrão-ouro, ou seja, o mais confiável para realizar o diagnóstico de um aneurisma.

Se a pessoa não procura assistência médica, mas o aneurisma cresce e um dia se rompe e sangra, os sintomas podem variar conforme a seriedade do quadro. Quando o sangramento é pequeno, o primeiro sintoma pode ser uma dor de cabeça súbita e intensa. Pode haver, ainda, perda de consciência ou outros sinais de descontrole. Esses são sinais de alerta para procurar um hospital imediatamente. Das pessoas que sofrem de aneurisma roto cerca de 30 – 40% morrem e ao redor de 20 – 25% ficam com algum déficit neurológico moderado ou grave. Por isto os aneurismas não-rotos devem ser acompanhados de perto e tratados de maneira eletiva. A única maneira efetiva de se prevenir um aneurisma romper é tratá-lo cirurgicamente. Hoje o tratamento endovascular é um tratamento minimamente invasivo e muito seguro com alto índice de sucesso e baixo risco de complicação, proporcionando ao paciente uma rápida recuperação. 


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