Entenda os efeitos do cigarro no cérebro e veja dicas para parar de fumar
Postado em: 26/05/2021
O hábito de fumar é um dos principais fatores de risco para a saúde cerebrovascular. Apesar de, no senso comum, o tabagismo ser mais frequentemente associado ao risco de câncer, ele está no topo da lista de comportamentos que podem ser alterados em nome da boa circulação sanguínea e da saúde do cérebro.
No dia 31 de maio, é observado o Dia Mundial sem Tabaco – data que reúne governos, organizações da sociedade civil, profissionais de saúde e pacientes que tentam acabar com o hábito de fumar.
Essa é uma boa oportunidade para aprendermos mais sobre o impacto do fumo sobre o cérebro e dar dicas para quem quer se livrar do cigarro de uma vez por todas.
Efeitos do cigarro no cérebro
A principal substância que atua sobre o cérebro e o sistema nervoso é a nicotina. Ela é altamente estimulante e se liga a receptores hormonais, desencadeando outras reações no organismo. O efeito mais notório é a ativação de dopamina (substância nos dá a sensação de prazer). Dessa forma, ao fumar, a pessoa sente um bem-estar imediato.
Esse efeito passa rapidamente e a tendência é que se queira fumar com mais frequência. Isso acontece porque a nicotina altera a produção natural de dopamina, fazendo com que esse mecanismo se torne cada vez mais dependente do cigarro.
A nicotina também ativa a produção de noradrenalina, que estimula o metabolismo e dá a sensação de energia e disposição. Porém, esse efeito também pode desencadear quadros de ansiedade, favorecendo a dependência de quem fuma.
Por todo o organismo, são sentidos os efeitos da nicotina e das demais substâncias inaladas ao fumar. Elas modificam a regulação hormonal, alteram a concentração, a fome, o sono e diversas outras funções naturais.
Quando se olha para o efeito em longo prazo sobre o cérebro, há estudos que avaliam outras correlações com o tabagismo, como doença de Alzheimer, mal de Parkinson e perdas cognitivas.
Fumar altera a circulação sanguínea no cérebro
O tabagismo é um grande inimigo da circulação sanguínea de forma geral. Artérias e veias que irrigam o cérebro ou que estão localizadas no órgão também podem ser prejudicadas, trazendo consequências importantes. Por isso, é necessário entender quais são os efeitos do cigarro sobre os vasos sanguíneos.
A nicotina é uma substância estimulante. Ela ativa o sistema nervoso simpático, que é responsável pela liberação da noradrenalina (mais popularmente conhecida apenas como adrenalina), acelerando os batimentos cardíacos e elevando a pressão arterial.
Essa elevação é perigosa porque sobrecarrega as artérias e pode levar a rompimentos ou outros eventos circulatórios graves. Esse risco é ainda maior porque o cigarro afeta também a elasticidade da parece dos vasos sanguíneos. O sistema circulatório é preparado para se dilatar ou contrair, ajustando-se de forma segura às necessidades do organismo e às mudanças no fluxo sanguíneo.
As pessoas que fumam, entretanto, têm uma redução da capacidade vasodilatadora e um enrijecimento da parede das artérias. Essa alteração as tornam mais susceptíveis a se romperem.
De modo adicional, a nicotina altera a coagulação sanguínea e os níveis de inflamação no sistema circulatório, favorecendo a formação de placas que podem atrapalhar e até impedir a passagem do sangue.
Doenças cerebrovasculares agravadas pelo cigarro
O ato de fumar aumenta significativamente o risco de a pessoa se tornar vítima de doenças cerebrovasculares. São exemplos:
- Acidente vascular cerebral;
- Trombose venosa cerebral;
- Aneurisma e hemorragia subaracnóide aguda.
Parar de fumar: dicas para ser bem-sucedido
· Peça ajuda a profissionais
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o índice de sucesso de quem tenta parar de fumar é muito maior quando acompanhado por médico e psicólogo. A combinação de medicamentos de apoio e de aconselhamento profissional vem se mostrando como a estratégia com maiores índices de sucesso.
· Realize atividades físicas
A nicotina atua sobre os centros de prazer do cérebro e interromper seu uso provocará muita irritação e vontade de desistir. Exercícios físicos ajudam a estimular esses mesmos centros de prazer de uma forma mais saudável, além de favorecer a circulação sanguínea e contribuir para a regularização do sono.
· Aprecie as pequenas conquistas
Apesar dos sintomas desafiadores da abstinência, pouco tempo após o fim do tabagismo, o corpo já apresenta sinais de desintoxicação. Comemore cada conquista, como voltar a sentir o paladar e olfato aguçados e ter mais fôlego no dia a dia.
· Foque em superar o desafio só mais um pouquinho
Quando bater a fissura (aquela vontade quase incontrolável de fumar), saiba que ela tende a durar cerca de cinco minutos. Tente resistir ao próximo minuto, à próxima hora, ao próximo dia e, quando perceber, terá conquistado mais do que pensou.
Desafio é maior durante a pandemia
Um artigo publicado revista científica The Lancet aponta indícios de que a pandemia de Covid-19 vem piorando o cenário de combate ao fumo. Durante esse período, o isolamento social, a ansiedade, a dificuldade de contar com grupos de apoio e o tédio são alguns fatores que se combinam negativamente.
Com as pessoas passando mais tempo em casa, segue-se menos a rotina, há mais oportunidade de fumar e o distanciamento de julgamentos externos. Há evidências de que a população está fumando mais e tendo mais recaídas, no caso daqueles que tentam parar com o tabagismo.
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