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Meningioma cerebral: o que é, sintomas, causas e tratamento

Postado em: 23/06/2021

Lidar com o diagnóstico de um tumor cerebral não costuma ser fácil. O meningioma cerebral é o tumor cerebral primário mais comum, e possui uma evolução benigna em cerca de 95% do casos. Apesar disso, ele costuma ter evolução lenta e frequentemente pode ser removido de forma bem-sucedida.

Esse tipo de tumor é altamente vascularizado, assim, é comum a participação de um médico neurorradiologista intervencionista na equipe multidisciplinar que cuida do paciente, para realizar a embolização antes da cirurgia para retiradoa do tumor, com o intuito de reduzir o sangramento no local da cirurgia, melhorar a visibilização do neurocirurgião, aumentando o índice de retirada completa do tumor e sucesso da cirurgia.

Neste texto, você vai entender o que é o meningioma e quais são os sintomas aos quais é importante estar atento.

O que é meningioma cerebral?

O nome desse tumor está relacionado ao local onde ele ocorre: a meninge, que é um tecido que cobre todo o cérebro e a medula espinhal. Essa membrana sustenta e protege o cérebro e a medula e, por dentro dela, circula um líquido claro chamado líquido cefalorraquidiano.

O meningioma surge a partir do crescimento anormal das células que formam a meninge e, segundo dados do Central Brain Tumor Registry of the United States Statistical Report, em 96% dos casos, ocorre dentro do crânio. Na maioria das vezes, esse tumor não invade o tecido cerebral, ficando restrito à meninge.

Apesar de serem considerados benignos, os meningiomas podem exercer uma pressão sobre o cérebro, nervos e outras estruturas que estejam próximas a eles. E isso pode ter consequências importantes, como inchaço do tecido cerebral, bloqueio do fluxo de líquido cefalorraquidiano e interrupção do fluxo sanguíneo.

Quem pode ter meningioma?

Entenda melhor os riscos de desenvolvimento de meningioma, segundo dados da Brain Science Foundation:

  • Os meningiomas podem começar em qualquer parte do cérebro e da medula espinhal. Mas eles são mais comuns no cérebro e cerebelo;
  • Os meningiomas intracranianos são duas vezes mais comuns em mulheres do que em homens. No caso dos meningiomas na coluna, essa proporção é ainda maior, sendo quatro vezes mais frequente na população feminina;
  • Por outro lado, os meningiomas atípicos e malignos (cancerosos), que são raros, são mais comuns em homens;
  • O risco de surgimento de meningiomas aumenta após os 40 anos.

Quais são as causas do meningioma?

Ainda não está totalmente esclarecido porque os meningiomas surgem. No entanto, até aqui, acredita-se que eles tenham como origem os meningócitos ou células da capa aracnóide, que, por sua vez, surgem de células progenitoras mesenquimais pluripotentes.

Embora o meningioma cerebral normalmente seja esporádico, podem ocorrer como consequência de irradiação craniana prévia, em pacientes com neurofibromatose tipo II e como resposta ao estrogênio e à progesterona, crescendo durante a gravidez.

Sintomas do meningioma

A compressão que o tumor exerce no cérebro e nas outras estruturas à sua volta pode gerar uma série de sintomas. Caso você identifique os sinais relatados a seguir, é fundamental buscar ajuda com rapidez para que sejam investigados pelo médico. Dependendo de onde o meningioma está localizado, pode causar danos neurológicos ou até ser fatal.

Apesar disso, muitas vezes, os sintomas não são percebidos até que o tumor já tenha atingido um tamanho significativo. A maioria das pessoas com meningioma terá apenas um, mas também é possível ter vários tumores crescendo simultaneamente em diferentes partes do cérebro e da medula espinhal.

Os sintomas do meningioma dependem de onde o tumor está localizado. Eles podem incluir:

  • Dor de cabeça;
  • Paresia (perda parcial da força);
  • Mudança no estado mental;
  • Convulsões;
  • Perda de visão;
  • Perda de audição.

Diagnóstico

Ao ouvir as queixas do paciente, o médico pedirá exames que excluam outras doenças e confirmem a presença do meningioma. Alguns exames que podem ser solicitados são:

  • Ressonância magnética ou tomografia computadorizada;
  • Biópsia;
  • Exames de sangue;
  • Exame neurológico;
  • Angiografia cerebral.

Tratamento

O tratamento varia de acordo com o tipo de meningioma (se ele possui crescimento lento ou rápido) e do local onde está.

Para um meningioma de crescimento lento, o médico pode simplesmente monitorar o paciente, com exames de ressonância magnética periódicos. Assim, é possível acompanhar e intervir caso ele passe a representar risco. Outras vezes, pode ser necessária a remoção cirúrgica do tumor (ou de parte dele, pois nem sempre é possível retirá-lo completamente).

Caso a solução seja cirúrgica, uma etapa fundamental é checar a vascularização desse tumor. Isso é, deve-se entender antes da operação quão conectado à circulação sanguínea ele está. Isso porque os meningiomas são considerados tumores hipervasculares. Assim, é comum que o neurorradiologista intervencionista realize uma intervenção pré-cirúrgica com embolização, com o intuito de diminuir a vascularização do tumor melhorando as chances de êxito na cirurgia.

Embolização

Nessa situação, o neurorradiologista intervencionista realiza a embolização de alguns vasos sanguíneos, bloqueando a vascularização de sangue nessa região e garantindo mais visibilidade e tranquilidade ao neurocirurgião durante a remoção do tumor.

A embolização é feita utilizando micropartículas ou um agente líquido embolizante adesivo (Histoacryl — “cola”) e não adesivo (Onyx, Phill, Squid), para que haja menos sangramento durante a cirurgia, aumentando a taxa de retirada completa do tumor e diminuindo o risco de complicação.

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