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Como é a vida do paciente com aneurisma cerebral após a cirurgia endovascular (embolização)?

Postado em: 21/11/2022

Pouco invasivo e com chances altíssimas de sucesso, o tratamento endovascular – ou embolização – é o mais indicado para pacientes diagnosticados com aneurismas cerebrais. Mas, o que muda na vida dessas pessoas depois que elas passam pelo procedimento? Primeiro, é importante entender o que é o aneurisma roto e o não roto, além de como é feita a embolização. Leia este texto até o final para entender como é a vida do paciente com aneurisma cerebral após a cirurgia endovascular (embolização).

O que é o aneurisma cerebral? 

Aneurisma cerebral é uma deformação que ocorre na parede de um vaso sanguíneo (artéria ou veia), sendo mais comum nas artérias que levam sangue até o cérebro. Existem cinco tipos de aneurisma intracraniano: sacular, fusiforme, dissecante, traumático e infeccioso. 

O tipo sacular é o mais comum. Ele, geralmente, fica localizado na bifurcação das artérias cerebrais da circulação anterior. Acomete cerca de 4% da população geral, sendo mais comum em mulheres próximas da faixa etária de 50 anos.

No geral, quando se fala em aneurisma, o grande problema é que ele pode crescer e se romper, causando hemorragia intracraniana subaracnoide e resultando, na maioria das vezes, em sequelas neurológicas pesadas ou a morte. A rotura é um evento incomum, mas pode ser devastadora. Anualmente, a incidência é de dez para cada 100 mil habitantes.

Estudos apontam que cerca de 15% dos pacientes morrem antes mesmo de conseguirem chegar ao hospital e 50% dos que têm um aneurisma roto morrem dentro do primeiro mês da ruptura. Por isso, o acompanhamento feito por um neurorradiologista intervencionista é indispensável.

O que é a cirurgia endovascular?

Basicamente, a diferença entre a cirurgia tradicional e a endovascular, a embolização, é a maneira como elas são executadas. Para realizar a cirurgia tradicional, é preciso fazer uma incisão no crânio, para que o aneurisma seja acessado e clipado. Ela acaba sendo muito mais invasiva, resultando em uma recuperação muito mais lenta.

Na embolização, não existe essa necessidade de abertura do crânio. O tratamento é feito a partir de um pequeno corte na artéria femoral, que fica na virilha, ou, em alguns casos, pelas artérias do braço. E para a realização do procedimento, que tem como objetivo encerrar a dilatação do aneurisma, podem-se utilizar espirais metálicas, balões, stents e outros recursos.

O índice de sucesso nas cirurgias é alto e as chances de recanalização (o aneurisma voltar a encher) são muito pequenas. Fazer o procedimento por um pequeno corte também reduz as chances de complicações durante o processo, assim como diminui a possibilidade de uma infecção.

Mas, então, o que muda na vida do paciente?

A maneira como é realizado o tratamento endovascular – com um pequeno corte – faz  com que o ele exija um menor tempo de internação. Quando ele é feito em um aneurisma que não rompeu o paciente, normalmente, passa três dias no hospital e em uma semana pode voltar às atividades do dia a dia, como trabalhar e estudar.

Já as atividades físicas mais pesadas exigem um tempo maior. São, pelo menos, 15 dias para que o paciente possa voltar a praticá-las. Além disso, tudo dependerá de cada caso e do local onde se encontra o aneurisma. 

Então, o acompanhamento médico constante se faz necessário para que as atividades sejam liberadas conforme as peculiaridades de cada pacientes. Mas, também é importante que o profissional continue acompanhando os casos por outro motivo: por mais que as chances de recanalização (quando o aneurisma volta a encher) sejam muito baixas quando se trata de uma embolização, é importante monitorar o aneurisma regularmente para que isso não ocorra.

Cirurgias endovasculares realizadas com aneurisma roto

Neste caso, a cirurgia endovascular é realizada como uma medida de urgência, já que o aneurisma rompeu e é necessário fazer o máximo para que o paciente sobreviva ou não fique com sequelas graves. Mesmo nessas situações, a embolização é muito mais indicada do que a neurocirurgia convencional. Isso porque a endovascular é menos traumática, além de ter menor índice de mortalidade e de complicações durante o tratamento.

É importante ressaltar que a prevenção é o melhor remédio para os pacientes com aneurisma. Por mais que ele seja uma doença silenciosa, aqueles que possuem histórico de aneurisma na família devem fazer check-ups constantes para que o tratamento possa ser feito o quanto antes. 

Mas, caso ele venha romper, o tratamento endovascular tem a vantagem de, mesmo na urgência, fazer a oclusão do aneurisma roto e tratá-lo no mesmo ato. Isso significa que caso tenha um vasoespasmo – que é o estreitamento de grandes artérias do cérebro – é possível já tratá-lo no mesmo procedimento, diferente do que acontece na cirurgia convencional.

Mesmo com toda essa possibilidade, as chances de óbito após o rompimento de um aneurisma são altas, podendo acontecer em até mais de 70% dos casos. E, caso não tenha morte, os pacientes podem ficar com sequelas graves. Tudo dependerá da região do cérebro que for afetada. Então, elas podem variar, culminando desde alterações nos movimentos dos olhos, paralisia de membros e até mesmo deixar o paciente em estado vegetativo. 

O rompimento do aneurisma pode ainda causar um Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH), que ocorre após a ruptura da parede de uma artéria ou veia do cérebro e causa uma hemorragia em algum ponto do sistema nervoso, podendo levar a morte ou deixar sequelas graves.

Pacientes embolizados levam vida normal?

Uma das preocupações de quem passou por um aneurisma cerebral sempre será relacionada à hipertensão arterial. A pressão alta é um fator de risco para o surgimento de novos aneurismas. Então, esses pacientes devem fazer acompanhamento com cardiologista, para manterem a pressão sempre sob controle.

Também é preciso evitar atividades que gerem picos de pressão, ou seja, que elevem a pressão abruptamente. Pensemos numa situação-limite: se o paciente nunca pulou de paraquedas e decide realizar esse esporte, após uma embolização de aneurisma, deve ter ciência de que pode passar por picos de pressão devido ao estresse que a atividade naturalmente causa. E essa situação é desaconselhável para seu quadro de saúde.

De forma relacionada, é aconselhável que pacientes que precisam livrar-se do estresse pratiquem atividades físicas diárias, de impacto moderado; não fumem; alimentem-se de forma saudável; controlem o peso, ingiram pouco sal; consumam álcool apenas em ocasiões especiais e em pequenas quantidades e procurem realizar atividades relaxantes para o corpo e a mente, como a meditação, por exemplo.

Como essas recomendações são adequadas para que se evitem muitas doenças, é possível dizer que, sim, o paciente com aneurisma que passou por uma embolização leva uma vida normal – desde que priorize sua saúde acima de tudo!


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