Quais são as complicações associadas a um AVC hemorrágico?

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade neurológica no Brasil e no mundo. 

Dados da Sociedade Brasileira de AVC (SBAVC) indicam que aproximadamente 70% dos pacientes não retornam ao trabalho devido às sequelas e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia pela mesma razão. 

Além disso, o número de casos de entre os jovens vem aumentando, atingindo 10% dos pacientes com menos de 55 anos. A Organização Mundial de AVC estima que uma em cada seis pessoas no mundo terá um acidente vascular cerebral em algum momento da vida.

Continue lendo para saber um pouco mais sobre o AVC hemorrágico, suas causas, consequências e tratamento na neurologia. Confira!

O que é AVC hemorrágico?

O Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCH) se caracteriza pelo sangramento em uma parte do cérebro, em consequência do rompimento de um vaso sanguíneo (artéria ou veia). Os tipos de hemorragia são classificados como:

• Intraparenquimatoso – quando sangra dentro do parênquima cerebral, tronco encefálico ou cerebelo 
• Subaracnoideo – quando sangra no espaço subaracnoideo entre a membrana aracnóide e o parênquima cerebral
• Subdural – quando sangra no espaço subdural entre as membranas aracnóide e dura-máter
• Extradural – quando sangra no espaço extradural entre a membrana dura-máter e a calota craniana
• Intraventricular – quando sangra dentro dos ventrículos cerebrais

Causas e incidência

O AVCH corresponde a 10-15% de todos os acidentes vasculares cerebrais, representando, nos Estados Unidos da América, cerca de 50 mil novos casos por ano. A mortalidade dessa doença é de cerca de 35 a 56% ao final de 30 dias, e somente 20% dos sobreviventes estarão independentes em 6 meses.

Ocorre principalmente em decorrência da hipertensão arterial, angiopatia amiloide, ou aneurisma cerebral. Nestas doenças, as paredes das artérias cerebrais ficam mais frágeis e se rompem, causando o sangramento.

Sintomas

Os sinais e sintomas são sempre súbitos e podem ser: dor de cabeça extremamente forte e repentina, que pode estar acompanhada de náusea e vômito, fraqueza de um lado do corpo, alteração visual, tontura, dificuldade para falar ou para compreender palavras simples e até mesmo a perda da consciência crises convulsivas.

Diagnóstico

Na suspeita de AVC a tomografia computadorizada de crânio deve ser realizada sendo altamente sensível para avaliar hemorragia, e descartar outras causas como AVC isquêmico, tumor cerebral ou até mesmo afastar a hipótese de não ser AVC.

A Ressonância Magnética do crânio também é mais sensível do que a Tomografia Computadorizada para avaliar AVC hemorrágico, porém demora mais tempo para ser feito e não está disponível em todos os hospitais por ser mais caro.

Na suspeita de patologias vasculares como causa do AVC hemorrágico deve-se realizar a angiografia cerebral, método padrão-ouro para avaliar ou afastar a hipótese de alguma patologia vascular cerebral. Caso o diagnóstico seja positivo para doenças cerebrovasculares (ex: aneurisma cerebral, malformação arteriovenosa, dissecção arterial e tumor), neste estudo é capaz de avaliar qual melhor será a conduta terapêutica.

Tratamento

O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo da patologia que levou ao sangramento, volume e localização do hematoma, assim como condição clínica do paciente. Mesmo os pacientes tratados cirurgicamente recebem todo o suporte clínico e de reabilitação.

Complicações associadas ao AVC hemorrágico

• Paralisia ou fraqueza muscular, afetando um lado do corpo.
• Dificuldade na fala, incluindo dificuldade em encontrar palavras, falar claramente ou compreender a fala dos outros.
• Problemas de visão, incluindo visão dupla, perda parcial ou total da visão em um ou ambos os olhos.
• Problemas de equilíbrio e coordenação, afetando a capacidade de andar ou realizar atividades diárias.
• Dificuldade em engolir, aumentando o risco de pneumonia aspirativa e desnutrição.
• Distúrbios cognitivos, incluindo dificuldade em lembrar-se das coisas, raciocinar e tomar decisões.
• Problemas emocionais e comportamentais, como depressão, ansiedade, irritabilidade e mudanças de personalidade.

Prevenção 

A prevenção deve ser feita pelo controle rigoroso da pressão arterial, que deve ser mantida a níveis inferiores a 120 X 80 mmHg, não fumar, evitar o consumo abusivo do álcool e drogas, manter alimentação saudável e praticar esportes regularmente. 

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