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10 perguntas e respostas sobre a malformação arteriovenosa dural

Postado em: 26/04/2021

Se você já pesquisou sobre malformações arteriovenosas (MAV) cerebrais, sabe que existem dois tipos dessa condição: a MAV pial e a MAV dural. Neste texto, você pode tirar todas as suas dúvidas sobre a malformação arteriovenosa dural.

Relembrando: o que é malformação arteriovenosa cerebral?

A malformação arteriovenosa cerebral ocorre quando uma artéria se conecta a uma veia por meio de uma estrutura vascular anormal do tipo “nidus” ou “fístula”, gerando aumento de pressão no sistema venoso cerebral.

Nesse tipo de condição, a parede da veia pode não suportar a pressão, se deformando de modo similar ao que ocorre com as varizes, ou mesmo se rompendo e sangrando. As consequências vão de comprometimento neurológico a convulsões e hemorragias.

O que é malformação arteriovenosa dural?

As malformações (ou fístulas) arteriovenosas durais são comunicações anormais, do tipo fistular, entre artérias que vascularizam as meninges (membranas que revestem o sistema nervoso), os ossos ou os músculos, e as veias corticais cerebrais ou seios venosos dentro da dura-máter (a mais externa, espessa e fibrosa membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal).

Confira a seguir as respostas para 10 perguntas sobre malformação arteriovenosa cerebral dural.

1. Qual é a frequência da malformação arteriovenosa dural?

As MAV durais representam de 10% a 15% de todas as ligações anormais entre artérias e veias intracranianas. No entanto, como um percentual significativo de MAV permanece assintomático, a incidência pode ser maior.

2. Quem tem mais chance de apresentar malformação arteriovenosa dural?

Apesar da MAV dural poder ocorrer em qualquer idade, pessoas com idade entre 50 e 60 anos costumam apresentar o problema com maior frequência.

3. Quem tem malformação arteriovenosa dural já nasce com ela?

Essa é uma pergunta que ainda não está completamente respondida. Até aqui, acredita-se que, em adultos, as MAV durais são lesões desenvolvidas ao longo do tempo. Já quando são diagnosticadas em crianças, há maior probabilidade de ser um problema congênito.

4. Quem já foi diagnosticado com uma MAV dural pode ter o problema novamente?

A maior parte das MAV durais ocorrem apenas uma vez, mas não há garantia de que elas nunca mais aparecerão, pois há registros de pacientes com mais de uma lesão.

5. Onde ocorre a malformação arteriovenosa dural?

Apesar de normalmente se desenvolverem próximas a seios venosos durais, esse tipo de malformação pode ocorrer em qualquer área da dura-máter intracraniana. Os pontos mais comuns são os seios cavernosos, a placa cribriforme, o seio sigmóide transverso e o tentório. A origem do sangue que alimenta a malformação surge de qualquer um dos ramos durais da artéria carótida interna, artéria carótida externa ou artéria vertebral (VA) e, em casos raros, pode ser alimentado por ramos piais. Já a drenagem venosa ocorre nas veias durais, nos seios da face ou nas veias corticais e pedimedulares.

Para a maioria das pessoas, todos esses nomes parecem complicados, mas os médicos entendem bem essa diferenciação. Para eles, é fundamental entender onde a fístula está localizada e quais estruturas ela envolve.

6. Quais são as causas da malformação arteriovenosa dural?

Muitos fatores estão envolvidos no desenvolvimento dessas lesões. Podemos citar:

  • Anomalias do sistema venoso;
  • Oclusão do seio venoso por tumores;
  • Trombose do seio venoso ou veia cortical;
  • Aumento da atividade trombótica sistêmica;
  • Traumatismo craniano ou cirurgia craniana;
  • Otite e sinusite;
  • Alterações hormonais associadas ao uso de anticoncepcionais orais, gravidez, parto e menopausa.

7. Como é feito o diagnóstico de malformação arteriovenosa dural?

Os recursos de primeira linha para o diagnóstico de MAV cerebrais durais são os exames de imagens não invasivas, incluindo angiografia e venografia por tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Por meio desses exames é possível detectar a presença de:

  • Hemorragia intracraniana;
  • Hidrocefalia;
  • Edema cerebral relacionado à congestão venosa;
  • Oclusão do seio venoso;
  • Ingurgitamento venoso;
  • Oclusão do seio venoso;
  • Estenose.

Na suspeita ou mesmo se for detectada alguma anormalidade vascular, é necessário realizar investigação mais aprofundada por meio da angiografia cerebral.

A angiografia cerebral é o melhor método (padrão-ouro) para o diagnóstico das patologias vasculares cerebrais. Ela fornece informações sobre a localização da fístula, o suprimento arterial, a permeabilidade dos seios venosos e veias cerebrais, o padrão da drenagem venosa e se existe algum tipo de aneurisma associado.

8. Quais são os sintomas de malformação arteriovenosa dural?

  • Algumas MAV se manifestam com apresentações não agressivas, como:
  • Outras formas dessa condição podem ter sintomas mais severos:
    • Sinais de pseudotumor cerebral com fortes dores de cabeça e papiledema (inchaço do nervo ótico por elevação da pressão intracraniana);
    • Ocasionalmente, declínio cognitivo progressivo que leva à demência.
  • Há ainda MAV cerebrais durais que apresentam manifestações clínicas agressivas, incluindo:
    • Demência progressiva;
    • Convulsões;
    • Parkinsonismo ou ataxia (equilíbrio e coordenação motora prejudicados) devido a edema cerebral ou isquemia;
    • Mielopatia (lesões na medula);
    • Tetraplegia progressiva.

De forma geral, os sintomas são benignos, a menos que haja drenagem venosa cortical ou perimedular.

A exceção a essa regra ocorre com fístulas durais carotídeo-cavernosas, que podem drenar exclusivamente para as veias orbitais, mas podem levar a sintomas oculares graves e até cegueira se não tratadas devido ao aumento da pressão venosa orbital e intraocular.

9. A malformação arteriovenosa dural pode ser tratada?

Sim, mas nem sempre há indicação de intervenção. As presenças de refluxo venoso cortical, sangramento intracraniano e sintomas intoleráveis são as principais justificativas para o tratamento.

10. Como é o tratamento da malformação arteriovenosa dural?

Os riscos e os benefícios de eventuais intervenções serão sempre estudados pela equipe médica e compartilhados com o paciente. O melhor método é o tratamento endovascular por meio de embolização. A cirurgia convencional e radiocirurgia também são opções terapêuticas que podem usadas de forma isolada ou combinada, geralmente indicadas quando a terapia endovascular não é eficaz.


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