Aneurisma cerebral: sintomas, tratamentos e prevenção
Postado em: 07/08/2023
O Aneurisma Cerebral é caracterizado por uma dilatação anormal que se forma na maioria das vezes na parede das artérias cerebrais. Essa condição pode ser grave, pois há risco de ruptura, resultando em hemorragia cerebral, conhecida também como hemorragia subaracnóidea aguda (HSA), que tem alta taxa de mortalidade.
Neste artigo, com base nas últimas descobertas científicas, vamos explorar os aspectos técnicos dos aneurismas cerebrais, sintomas que podem indicar sua presença, opções de tratamento e estratégias de prevenção.
Aneurisma cerebral: uma visão detalhada
A formação de aneurisma cerebral é frequentemente associada a fragilidades nas camadas da parede das artérias, podendo resultar de fatores genéticos, hipertensão arterial e até mesmo traumas. Essas estruturas podem variar em tamanho e formato, apresentando desafios únicos em termos de intervenção.
Essas anormalidades vasculares se originam do estresse hemodinâmico, desencadeando um processo inflamatório local que enfraquece a parede das artérias. Esse enfraquecimento está intrinsecamente ligado à degeneração da lâmina elástica interna, uma estrutura vital que separa as camadas do vaso.
A inflamação desempenha um papel fundamental, influenciando a formação, evolução e eventual ruptura dos aneurismas. Para reduzir o risco de desenvolvimento dessas condições, medidas preventivas como controle da pressão arterial, abandono do tabagismo e consumo moderado de álcool são altamente recomendadas.
Sintomas
Muitas vezes, os aneurismas cerebrais permanecem assintomáticos até que ocorra a sua ruptura. Uma pessoa pode ter um aneurisma cerebral sem nunca ter nenhum sintoma. Dados mostram que entre 1-5% da população tem aneurisma sem saber. São aneurismas pequenos, que podem ficar a vida inteira sem sangrar.
A identificação precoce é crucial para a intervenção. Quando o aneurisma se rompe, os pacientes podem experimentar uma dor de cabeça intensa e súbita, conhecida como “a pior dor de cabeça de sua vida”. Outros sintomas podem incluir:
- Náuseas e vômitos;
- Rigidez no pescoço;
- Visão dupla ou borrada;
- Fotofobia (sensibilidade à luz);
- Perda de consciência;
- Súbita dificuldade para andar ou tontura;
- Súbita fraqueza e alteração de sensibilidade;
- Convulsões;
- Queda da pálpebra.
Diagnóstico
O diagnóstico dos aneurismas cerebrais é frequentemente realizado por meio de técnicas avançadas de imagem, como angiografia por ressonância magnética e angiografia por tomografia computadorizada, que fornecem imagens detalhadas das estruturas vasculares.
No entanto, a angiografia cerebral é a modalidade “padrão ouro” para diagnosticar aneurismas cerebrais. Quando um aneurisma cerebral é diagnosticado é muito importante o paciente realizar a angiografia cerebral, para confirmação diagnóstica, ter melhores informações sobre a morfologia e tamanho do aneurisma e para realizar programação de intervenção cirúrgica caso necessário. É um procedimento minimamente invasivo que envolve a inserção de um cateter em um vaso sanguíneo, muitas vezes na região da virilha, e o direcionamento desse cateter até os vasos cerebrais. Um contraste iodado é injetado através do cateter para realçar os vasos sanguíneos, enquanto imagens em tempo real são capturadas usando raios-X.
A angiografia fornece uma avaliação detalhada do aneurisma e dos vasos adjacentes e tem alta sensibilidade na detecção de aneurismas menores que 3 mm e na visualização de pequenos vasos perfurantes.
Opções de tratamento
A neurorradiologia intervencionista revolucionou o tratamento de aneurisma cerebral. A seleção da abordagem de tratamento depende de vários fatores, incluindo tamanho, localização e morfologia do aneurisma. Cada caso é avaliado individualmente para determinar a melhor opção de tratamento para garantir a segurança e o melhor resultado possível para o paciente.
Duas abordagens principais são microcirurgia e tratamento endovascular “embolização”. A microcirurgia envolve a colocação de clipes cirúrgicos para isolar o aneurisma do fluxo sanguíneo.
A embolização é um procedimento endovascular realizado para tratar aneurismas cerebrais e outras condições vasculares. Dispõe de diversor dispositivos endovasculares como espirais metálicas destacáveis e stents que são colocados na artéria de um está localizado o aneurisma ou no interior do próprio aneurisma, com intuito de bloquer a entrada de sangue dentro do aneurisma, fechando-o por completo
A embolização é um procedimento minimamente invasivo, o que significa que não é necessário realizar uma cirurgia aberta e exposição do cérebro. Isso reduz o tempo de recuperação e o risco de complicações associadas à cirurgia tradicional. A técnica é realizada por um neurorradiologista intervencionista, especialista altamente treinado em procedimentos endovasculares.
Prevenção
Prevenir aneurismas cerebrais é desafiador, mas controlar os fatores como hipertensão arterial e tabagismo, pode ajudar a reduzir o risco. Além disso, a intervenção precoce em aneurismas identificados pode prevenir rupturas e complicações graves.
- Manter a pressão arterial controlada é essencial, pois a hipertensão pode aumentar o risco de formação e ruptura de aneurismas.
- Não fumar é outra medida preventiva fundamental, já que as substâncias presentes na fumaça do cigarro enfraquecem as paredes dos vasos sanguíneos.
- Reduzir o consumo de bebida alcoólica.
- Se houver histórico familiar de aneurisma cerebral, é importante informar o médico e considerar exames de rastreamento.
- Viver um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regulares e gerenciamento do estresse, pode ajudar a reduzir os fatores de risco.
O Dr. Renato Tosello é especialista em Neurorradiologia Intervencionista com mais de 10 anos de experiência. Se você busca cuidados especializados para diagnóstico e tratamento de aneurisma cerebral, clique aqui e agende sua consulta!Leia também:
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