Malformação arteriovenosa cerebral: O que é e como reconhecer os sintomas?

Uma Malformação Arteriovenosa Cerebral (MAV) é uma conexão anormal entre artérias e veias do cérebro, geralmente presente desde o nascimento. Embora possam ocorrer em várias partes do corpo, são mais comuns no cérebro.

Apesar de raras, as MAVs cerebrais costumam afetar menos de 1% da população, sendo mais prevalente em homens. As MAVs cerebrais variam em tamanho e localização. A maioria delas permanecem estáveis, sem grandes alterações, embora os vasos envolvidos possam dilatar.

Entender o que é a MAV cerebral e seus padrões de ocorrência é essencial para a identificação precoce de sintomas e um diagnóstico preciso. Fique atento!

Causa

A causa exata da malformação arteriovenosa cerebral é desconhecida, mas há evidências crescentes sugerindo uma origem genética. MAVs cerebrais, em geral, são congênitas, o que significa que alguém nasce com a condição, porém não costumam ser hereditárias. 

Essa malformação ocorre quando as artérias cerebrais se conectam diretamente às veias próximas, sem a presença dos pequenos vasos normais (capilares) entre elas.

O que faz com que as MAVs cerebrais sangrem?

O sangramento em MAVs cerebrais decorre de anomalias nos vasos sanguíneos, considerados “enfraquecidos”, que desviam o fluxo sanguíneo do tecido cerebral normal. Esses vasos anômalos e frágeis tendem a se dilatar ao longo do tempo, podendo romper devido à pressão elevada do fluxo sanguíneo arterial.

Esse rompimento resulta em vazamento de sangue (hemorragia) para o cérebro ou tecidos circundantes, levando à redução do fluxo sanguíneo cerebral.

Sintomas

Embora a malformação arteriovenosa cerebral esteja presente desde o nascimento, seus sintomas podem manifestar-se em qualquer idade, sendo mais propensos a ocorrer entre os 15 e 20 anos. Algumas pessoas com MAV cerebral também podem apresentar aneurismas cerebrais.

Cerca de metade dos casos de MAV cerebral manifesta-se inicialmente com sintomas semelhantes a um acidente vascular cerebral (AVC) causado por hemorragia intracraniana. Os sintomas de uma MAV cerebal rompida incluem:

• Confusão mental;
• Zumbido no ouvido;
• Dor de cabeça semelhante à enxaqueca;
• Problemas para caminhar;
• Convulsões.

Os sinais devido à pressão em áreas específicas do cérebro incluem:

• Problemas de visão;
• Tontura;
• Fraqueza muscular no rosto ou em uma área do corpo;
• Dormência em uma região do corpo.

De acordo com a Associação Americana de AVC: 

• Mais de 50% dos pacientes com MAV cerebral evoluem com hemorragia intracraniana;
• Entre 20% a 25% apresentam convulsões focais ou generalizadas;
• Dor localizada na cabeça devido ao aumento do fluxo sanguíneo ao redor da MAV cerebral é comum;
• 15% podem ter dificuldade de movimento, fala e visão. 

Como as MAVs cerebrais são diagnosticadas?

Seu médico realizará um exame físico. Você será questionado sobre seus sintomas, com foco nos problemas do sistema nervoso. Os testes que podem ser usados ​​para diagnosticar uma MAV cerebral incluem: 

• Angiografia cerebral.
• Angiografia por tomografia computadorizada (angio-TC);
• Angiografia por ressonância magnética (angio-RM);
• Ressonância magnética da cabeça;
• Eletroencefalograma (EEG);
• Tomografia computadorizada do crânio (TC do crânio).

Esses testes, combinados com a avaliação clínica, proporcionam um diagnóstico preciso, permitindo um entendimento abrangente das MAVs cerebrais.

Tratamento

Três tratamentos cirúrgicos estão disponíveis. Alguns tratamentos são utilizados em conjunto.

Terapia Endovascular para MAVC – Embolização

Nesta abordagem minimamente invasiva, um cateter é guiado através da rede arterial até que a ponta atinja o local da MAVC. Vários ramos do nidus da MAVC são obstruídos com um material líquido embolizante, como cola ou polímero não adesivo. A embolização é usada frequentemente antes da cirurgia para reduzir o fluxo sanguíneo na MAV, podendo ser utilizada como tratamento independente curativo em alguns casos.

Remoção Cirúrgica da MAV

A malformação arteriovenosa cerebral é removida do cérebro por meio de técnicas microcirúrgicas. Isso inclui o fechamento das artérias anormais, a separação do emaranhado do tecido cerebral adjacente e o corte das veias que drenam a MAVC, ressecando-a por completo. Na maioria das vezes é feito a embolização da MAVC antes da cirurgia, com o intuito de reduzir o tamanho do nidus da malformação e facilitar a sua ressecção cirúrgica.

Radiocirurgia

Neste procedimento não invasivo, feixes de radiação focados são direcionados à MAVC e, ao longo de 2 a 3 anos, os vasos sanguíneos da malformação respondem com cicatrizes e fechamento. A radiocirurgia pode ser curativa ou reduzir o tamanho da MAVC para facilitar a cirurgia.

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