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Angiografia: para que serve e como é realizada?

Postado em: 21/04/2021

A angiografia é um dos procedimentos mais importantes no campo da neurologia vascular e neurorradiologia. Esse procedimento é usado principalmente para o diagnóstico de doenças vasculares. Por ser minimamente invasiva e muito eficiente para visualizar o interior das veias e artérias, a angiografia apresenta excelente relação risco-benefício.

A angiografia fornece dados sobre a anatomia dos vasos sanguíneos que irrigam o cérebro e a medula, evidencia eventuais doenças vasculares e permite a análise em tempo real do fluxo sanguíneo.

Entenda a seguir para quais casos a angiografia se aplica, como ela funciona e por que é um recurso valioso na medicina diagnóstica.

O que é angiografia?

A angiografia é um exame minimamente invasivo que usa raios-x e uma substância de contraste contendo iodo para produzir imagens dos vasos sanguíneos. Um tubo fino de plástico (cateter) é inserido em uma artéria. Usando a orientação de raio-x, o médico conduz o cateter até a área que está sendo examinada, onde o contraste é injetado e são capturadas imagens da circulação sanguínea local.

Para que serve a angiografia?

A angiografia é um dos principais métodos diagnósticos para detectar a presença de doenças neurovasculares, que são anormalidades nos vasos sanguíneos do cérebro e estruturas próximas a ele.

Por isso, a angiografia pode ser indicada para o diagnóstico de doenças que estão fora do cérebro ou dentro dele. São exemplos de problemas que podem ser detectados com a angiografia:

  • Aneurisma: protuberância que se desenvolve em uma artéria devido à fraqueza da parede arterial;
  • Aterosclerose: estreitamento da artéria;
  • Malformação arteriovenosa: emaranhado de vasos sanguíneos dilatados que interrompe o fluxo sanguíneo normal no cérebro;
  • Vasculite: inflamação dos vasos sanguíneos, geralmente estreitando-os;
  • Tumor cerebral;
  • Coágulo de sangue;
  • Dissecção vascular: rompimento (rasgo) na parede de uma artéria;
  • AVC: acidente vascular cerebral hemorrágico, mais popularmente conhecido como derrame;

Quais são os benefícios da angiografia?

  • A angiografia pode eliminar a necessidade de cirurgia;
  • Caso a cirurgia seja necessária, ela pode ser realizada com mais precisão, já que a angiografia apresenta uma imagem muito detalhada, clara e precisa dos vasos sanguíneos;
  • O uso de cateter permite combinar diagnóstico e tratamento em um único procedimento, se necessário.

Antes, durante e depois da angiografia

Prepare-se para a angiografia

  • Informe ao seu médico sobre todos os medicamentos que você toma, incluindo suplementos de ervas.
  • Liste todas as alergias, especialmente a anestésicos locais, anestesia geral ou a materiais de contraste, como o iodo.
  • Pacientes que tomam anticoagulantes normalmente continuam com esses medicamentos, mas vale conferir com o médico.
  • Caso ele diga para parar de tomar aspirina, anti-inflamatórios não esteróides ou anticoagulantes antes do procedimento, é importante seguir essa orientação à risca.
  • Informe-o sobre doenças recentes ou outras condições de saúde.
  • É preciso ficar em jejum por 4 a 8 horas antes do procedimento.
  • No dia do exame, vá acompanhado de um parente ou amigo.
  • Esvazie a bexiga antes do procedimento, pois ele é demorado.

Durante a angiografia

  • O procedimento começa com a sedação e analgesia. Um enfermeiro irá inserir um acesso na sua mão ou braço para injetar o sedativo (medicamentos como midazolam e fentanil), que deixará você como uma sensação de sono e relaxamento.
  • Em casos mais complexos, pode ser necessária anestesia geral.
  • O médico então aplicará uma anestesia no local em que irá inserir o cateter. O mais comum é que esse local seja a virilha, por meio da arteria femoral direita. Com menos frequência, pode ser usado o acesso da artéria braquial (no braço) ou até da artéria carótida.
  • Você sentirá uma leve queimação no local na anestesia, mas não sentirá dor. Também é possível sentir sensação de calor ao longo do procedimento. Isso acontecerá quando for injetado o contraste.
  • Após a captação das imagens necessárias, o cateter é removido e, como uma leve pressão na abertura da pele, o sangramento é estancado.
  • O procedimento leva cerca de 3 horas, mas reserve mais tempo, já que o preparo e a recuperação podem demandar um pouco mais.

O que acontece depois da angiografia?

  • Você permanecerá na sala de recuperação para observação por algumas horas após o procedimento antes de voltar para casa.
  • Você pode aplicar gelo no local onde o cateter foi inserido para aliviar eventual dor ou inchaço.
  • Pode-se retomar a dieta normal imediatamente após o exame.
  • Cerca de oito a 12 horas após a angiografia já é possível retomar também as demais atividades normais, como dirigir e trabalhar.

Sinais de alerta

Nos dias seguintes à angiografia, você deve informar ao seu médico imediatamente se sentir qualquer um dos sintomas abaixo:

  • Fraqueza ou dormência nos músculos do rosto, braços ou pernas;
  • Fala arrastada;
  • Problemas de visão;
  • Sinais de infecção no local do cateter;
  • Tontura;
  • Dor no peito;
  • Dificuldade ao respirar;
  • Irritação na pele.

Riscos e contraindicações

  • Pessoas alérgicas a contraste iodado podem apresentar reação durante esse exame. Nesse caso, é importante informar ao médico, que pode recomendar o uso de medicação preventiva.
  • Mulheres devem informar ao médico se houver possibilidade de estarem grávidas, pois a radiação afeta o bebê.
  • Mulheres que amamentam devem esperar 24 horas após a injeção do material de contraste antes de retomar a amamentação.
  • Pessoas que têm diabetes ou doença renal devem comunicar ao médico, pois há risco de lesão temporária nos rins devido ao material de contraste.

Qualquer procedimento invasivo, ainda que minimamente, apresenta algum nível de risco ao paciente. Converse com seu médico a respeito do procedimento para tirar todas as suas dúvidas.

No caso da angiografia, complicações permanentes são raras, mas podem ocorrer em 1% dos casos, especialmente em pacientes com mais 55 anos e com aterosclerose grave, vasculite, doença cerebrovascular sintomática ou hemorragia subaracnoide aguda.

História da angiografia

A angiografia cerebral foi realizada pela primeira vez em 1926 e, desde então, representou enorme avanço na detecção e tratamento de condições neurovasculares, se solidificando como um dos principais métodos de diagnóstico de lesões cerebrais.

Hoje, além de raio-x o exame pode ser realizado com o suporte de diferentes tecnologias de imagens, que permitem ao médico mais precisão e visibilidade de estruturas delicadas como veias e artérias. Veja algumas possibilidades de angiografia:

  • Angiografia ultrassom duplex;
  • Angiografia por tomografia computadorizada;
  • Angiografia por ressonância magnética.

A angiografia segue sendo uma ferramenta essencial. Ela é feita quando os exames de imagem não invasivos não são suficientes para que o médico chegue a um diagnóstico com segurança.

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