Conheça a Embolização de Artéria Meníngea média: Procedimento feito no presidente Lula e minha entrevista concedida ao Jornal Estadão sobre a cirurgia
Postado em: 18/12/2024
Os hematomas subdurais, condição que acometeu o presidente Lula recentemente após um acidente doméstico, representam uma condição séria que pode impactar gravemente a qualidade de vida do paciente. Neste artigo, explicaremos o que são hematomas subdurais, como a Embolização de Artéria Meníngea Média funciona no tratamento dessa condição e quais são os benefícios dessa abordagem inovadora. Continue lendo!
Presidente Lula realiza a Embolização da Artéria Meníngea Média após hemorragia intracraniana provocada por acidente doméstico
O presidente Luís Inácio Lula da Silva passou por um procedimento cirúrgico devido a uma hemorragia intracraniana. O quadro se desenvolveu de forma progressiva, após um acidente doméstico que ocorreu no dia 19 de outubro, em que ele caiu no banheiro e bateu a cabeça. Quase dois meses depois, após queixa de dores de cabeça, foi realizada uma avaliação e detectado que ao longo do período, ocorreu a formação do hematoma subdural.
A primeira intervenção foi uma drenagem do hematoma por meio de uma craniotomia. Em seguida, foi realizada a Embolização da Artéria Meníngea Média, um tratamento endovascular minimamente invasivo, realizado por um neurorradiologista intervencionista.
O que é o hematoma subdural agudo ou crônico?
Basicamente o cérebro é envolvido por 3 três membranas denominadas “meninges” que revestem o cérebro e a medula espinhal, protegendo-os contra traumas e regulando a pressão do líquor em seus interiores. As membranas são chamadas de dura-máter, aracnóide e pia-máter.
A dura-máter é a membrana mais superficial e espessa, formada por células meningoteliais e por tecido conjuntivo denso, altamente vascularizada. A principal artéria que vasculariza a dura-máter craniana é a artéria menígea média. A sua superfície externa está aderida aos ossos do crânio e das vértebras, enquanto a sua superfície interna está voltada para a meninge denominada de aracnóide.
Depois vem a membrana aracnóide que é fina e formada por tecido conjuntivo denso não-vascularizado e células meningoteliais. Está entre as membranas dura-máter e a pia-máter. Sua aparência observada ao microscópio lembra uma teia de aranha, fato que deu origem ao seu nome.”
Após a membrana aracnóide, temos a membrana pia-máter, cuja está aderida à superfície do cérebro e da medula espinhal, e é formada por células epiteliais, meningoteliais e tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado por capilares oriundos das artérias cerebrais.
O espaço subdural é a interface existente entre as membranas dura-máter e aracnóide preenchida por um líquido lubrificante, diminuindo o atrito durante o deslizamento delas entre si.
Sendo assim, chamamos de “hematoma subdural” o sangramento que se forma no espaço subdural.
Esse sangramento ocorre na camada mais interna da dura-máter, e pode ser causado por traumas na cabeça, rompimento de vasos sanguíneos ou outras condições médicas que fragilizam as estruturas vasculares.
O hematoma subdural agudo é caracterizado pelo acúmulo de sangue que se forma rapidamente após um evento traumático, podendo levar a sintomas graves, como dores de cabeça intensas, confusão mental, sonolência e até perda de consciência. É uma condição emergencial que exige atenção médica imediata.
Já o hematoma subdural crônico desenvolve-se de forma mais lenta, geralmente semanas após um trauma menor ou mesmo sem uma causa evidente. Pacientes, especialmente idosos ou aqueles que usam anticoagulantes, podem apresentar sintomas progressivos como alterações cognitivas, fraqueza em um dos lados do corpo, ou dores de cabeça leves e persistentes.
O que é a Embolização de Artéria Meníngea média no tratamento de hematomas subdurais?
A embolização de artéria meníngea média é um procedimento minimamente invasivo que vem ganhando destaque no tratamento de hematomas subdurais, especialmente os crônicos e de difícil resolução. A técnica consiste em bloquear seletivamente a artéria meníngea média, responsável por fornecer sangue às membranas que revestem o hematoma.
O procedimento de embolização cerebral utiliza cateteres finos inseridos por uma artéria, geralmente na virilha. Com o auxílio de imagens em tempo real, o cateter é guiado até a artéria meníngea média. Um agente embolizante, como microesferas ou cola líquida, é injetado para obstruir o fluxo sanguíneo, reduzindo o suprimento para o hematoma.
Essa abordagem inovadora traz inúmeros benefícios:
- Minimiza o risco de recorrência: Ao cortar o fluxo sanguíneo, impede que o hematoma continue a se formar ou se expanda.
- Evita cirurgias mais invasivas: Em muitos casos, pode substituir procedimentos como a drenagem cirúrgica.
- Recuperação mais rápida: Por ser menos invasivo, reduz o tempo de internação e as complicações pós-operatórias.
Estudos recentes indicam que a “embolização de artéria meníngea média” é eficaz tanto como tratamento primário quanto como coadjuvante à drenagem cirúrgica. Além disso, é uma opção valiosa para pacientes que não podem ser submetidos à cirurgia devido a comorbidades ou alto risco clínico.
Quando a Embolização de Artéria Meníngea é indicada?
A EMBOLIZAÇÃO DE ARTÉRIA MENÍNGEA é particularmente indicada para:
- Hematomas subdurais crônicos recorrentes: Quando outros tratamentos, como drenagens, falham em prevenir novos acúmulos de sangue.
- Pacientes de alto risco cirúrgico: Indivíduos com comorbidades que tornam a cirurgia tradicional inviável.
- Prevenção de recidivas: Após a drenagem cirúrgica, para reduzir as chances de um novo hematoma. Cerca de 30% dos hematomas subdurais recorrem após drenagem cirúrgica.
Embora seja uma técnica avançada e segura, a decisão pelo uso da embolização de artéria meníngea média deve ser cuidadosamente avaliada por um especialista em neurorradiologia intervencionista.
Benefícios e segurança do procedimento
A embolização oferece vantagens significativas em comparação com tratamentos tradicionais. Estudos publicados em revistas especializadas, como o artigo da American Heart Association, mostram que:
- Alta taxa de sucesso: Em muitos casos, resolve o hematoma sem necessidade de novas intervenções.
- Risco reduzido de complicações: A natureza minimamente invasiva do procedimento diminui as chances de infecções e outras complicações associadas a cirurgias abertas.
- Versatilidade: Pode ser usada tanto em pacientes com hematomas recentes quanto naqueles com histórico de recorrência.
Embora raros, os riscos incluem reações ao contraste, formação de coágulos ou complicações no local da inserção do cateter. Por isso, é essencial contar com um profissional experiente e um centro especializado.
ENTREVISTA: Clique aqui e acompanhe minha entrevista concedida ao Jornal Estadão sobre a cirurgia
Vamos conversar?
A embolização de artéria meníngea média representa um avanço significativo no tratamento de hematomas subdurais. Sua eficácia, aliada ao menor impacto no paciente, faz dela uma escolha cada vez mais popular entre especialistas.
Se você ou um familiar enfrenta essa condição, é essencial buscar orientação médica especializada. Na Clínica Tosello, contamos com equipamentos de última geração e uma equipe liderada pelo Dr. Renato Tosello, referência em neurorradiologia intervencionista e que realiza a Embolização de Artéria Meníngea.
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Dr. Renato Tosello, PhD
Neurorradiologista Intervencionista
CRM: 133.066
RQE: 64.312 | RQE: 643.121 | RQE: 64.379
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