Logo Tosello Clínica Médica

Cuidados após AVC: dicas de adaptações e mudanças em casa

Postado em: 16/06/2021

Para alguém que está se recuperando de um acidente vascular cerebral (AVC), sair do hospital onde existe uma estrutura profissional e voltar para casa pode ser uma transição muito desafiadora. É que a maioria das residências não estão originalmente pronta para acomodar uma pessoa que esteja com a mobilidade reduzida ou que tenha necessidade de utensílios e equipamentos específicos para desempenhar as funções mais básicas do dia a dia e se adequar aos cuidados após AVC.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, entre as pessoas que sobrevivem à ocorrência de um AVC, metade fica permanentemente incapacitada. São 5 milhões de pessoas por ano que têm a própria vida e a de suas famílias modificadas radicalmente devido a um acidente vascular cerebral.

Neste artigo, você vai entender quais sequelas o AVC pode deixar e quais mudanças práticas podem ser feitas em casa para torná-la mais funcional para a adaptação do paciente a um novo momento de vida. Os cuidados após AVC são muito importantes e necessários.

Sequelas do AVC

O acidente vascular cerebral ocorre quando há a interrupção abrupta ou ruptura de um vaso sanguíneo, resultando na morte de uma região do cérebro devido a perda de suprimento sanguíneo. Em um terço dos casos, esse evento é fatal. Em outro terço, a carência de sangue, nutrientes e oxigênio em determinados tecidos danifica temporária ou permanentemente algumas estruturas cerebrais.

Como o cérebro é responsável pelo controle dos movimentos e pela capacidade de sentir, pensar e agir, o AVC pode comprometer essas funções. Em cada pessoa, a chamada “sequela” se manifesta de uma forma. Isso depende da localização do vaso sanguíneo afetado, área e extensão do cérebro danificada e do tipo de AVC (se isquêmico ou hemorrágico). Por isso, cuidados após AVC são necessários.

Possíveis sintomas após o AVC:

  • Fadiga (presente em até 50% dos pacientes);
  • Paralisia (incapacidade de mover algumas partes do corpo), fraqueza ou ambos em um lado do corpo;
  • Disfunção motora (espasticidade);
  • Problemas com pensamento, consciência, atenção, aprendizagem, julgamento e memória;
  • Problemas de compreensão ou formação da fala;
  • Problemas para controlar ou expressar emoções;
  • Entorpecimento ou sensações estranhas;
  • Dor nas mãos e pés que piora com os movimentos e mudanças de temperatura;
  • Problemas para mastigar e engolir;
  • Problemas com controle da bexiga e intestino;
  • Convulsões.

Depois de um AVC, as pessoas também costumam passar por mudanças emocionais e comportamentais. Isso ocorre porque o cérebro controla esses aspectos. Assim, a pessoa pode se tornar esquecida, descuidada, irritada ou confusa. Também é recorrente que pacientes que sobreviveram ao AVC sintam ansiedade, raiva ou depressão, que atinge de um a dois terços dos pacientes, de acordo com a American Stroke Association.

A seguir, confira como adaptar a casa às novas necessidades da pessoa que passou por um AVC.

1. Pergunte aos especialistas

O profissional mais capacitado para analisar a estrutura de um ambiente e sugerir ajustes é o terapeuta ocupacional. Assim, antes de um sobrevivente de AVC voltar para casa, é importante ouvir as orientações e colocá-las em prática. O objetivo dessa avaliação é garantir que as tarefas da vida diária possam ser realizadas com facilidade e segurança. Paciente, família e cuidador precisam estar cientes das mudanças e aderir a elas, contribuindo para a adaptação.

Muitas vezes, a solução será extremamente simples. Por exemplo, pode ser sugerida a instalação de barras de apoio na área do chuveiro ou de um assento elevado no vaso sanitário. Em outros casos, pode ser necessário mudar móveis de lugar ou, por exemplo, instalar rampas.

2. Avaliação começa pelo paciente

As adequações recomendadas sempre dependerão do quadro de cada pessoa. É verificado se o sobrevivente de AVC apresenta fraqueza, paralisia, dor, dormência, problemas de equilíbrio, dificuldade de coordenação de movimentos, perda de memória ou déficits de memória, fadiga, dificuldade de raciocínio e disfunção da bexiga ou intestino, além de dessensibilização para calor ou dor.

Tudo isso compromete a capacidade do indivíduo de viver com autonomia e segurança.

3. Condições físicas do ambiente

Toda a residência precisa estar adaptada, mas há três espaços que merecem atenção especial: quarto, banheiro e cozinha.

Banheiro

Esse cômodo concentra a maior parte dos problemas de segurança porque é um ambiente úmido, o que resulta em superfícies escorregadias e, consequentemente, propensas a quedas. Além disso, é muito comum que sejam espaços pequenos, que dificultam a circulação de cadeiras de rodas e outros utensílios de apoio.

No banheiro, além do risco de queda, são avaliados: facilidade de transferência para o vaso sanitário, chuveiro ou banheira e acesso à pia, espelho e armários.

Modificações que podem ser sugeridas

  • Instalação de barras de apoio dentro ou ao lado da banheira ou chuveiro;
  • Uso de cadeira de banho, banco de transferência e tapete antiderrapante;
  • Remoção da porta do chuveiro ou outras estruturas para aumentar a folga para pés e pernas ao entrar ou sair do banho;
  • Dependendo da configuração, recortes ou degraus da banheira também podem fornecer um acesso mais seguro;
  • Reposicionamento de suportes de toalha, prateleiras ou ganchos de roupas;
  • Instalação de barras de apoio e/ou vaso sanitário elevado ou assento sanitário para ajudar na movimentação da posição de pé para a posição sentada;
  • Mover o suporte de papel higiênico para mais perto do vaso sanitário;
  • Se for o caso, trocar, aumentar a largura ou remover a porta do banheiro para facilitar o acesso.

Quarto

O quarto precisa estar preparado para que o paciente se locomova sem risco de queda, que consiga se sentar ou se deitar, que tenha condições seguras para dormir e que o acesso a armários, roupas e itens pessoais esteja facilitado.

Modificações que podem ser sugeridas

  • Abaixar ou elevar uma cama instalando degraus ou removendo rodízios;
  • Mudar a largura do colchão;
  • Adicionar grades de cama;
  • Instalar degraus de cama;
  • Remover portas de armário;
  • Abaixar varas de armário;
  • Substituir gavetas de cômoda por prateleiras, cestos ou gavetas fáceis de deslizar;
  • Comprar dispositivos auxiliares, como ganchos, agarradores, puxadores de zíper e calçadeiras estendidas;
  • Trocar as roupas existentes por novas peças mais simples de vestir e remover, como sapatos com velcro e calças com cintura elástica;
  • Manter no quarto um telefone ou outro item de comunicação, como um monitor;
  • Instalar dispositivos remotos para controle de luminárias e lâmpadas;
  • Garantir que o caminho para o banheiro e para dentro e fora do quarto esteja sempre desobstruído;
  • Ajustar os móveis para facilitar o manejo, como a troca de puxadores e a instalação de portas mais largas.

Saiba mais: Doença ateromatosa aumenta risco de AVCI

Cozinha

Os perigos da cozinha estão ligados à combinação entre superfícies úmidas e objetos quentes ou cortantes. Além disso, o tamanho reduzido dificulta ainda mais a adaptação. Para piorar, armários, balcões e cooktops podem ser muito altos para serem acessados facilmente de uma cadeira de rodas.

Modificações que podem ser sugeridas

  • Dar preferência a fogões com controles na frente;
  • Abaixar o cooktop ou substituir o fogão por um micro-ondas e outros utensílios, como panela elétrica e torradeira;
  • Manter o fogão e bancadas limpos e secos, além de um extintor de incêndio ao alcance, o tempo todo;
  • Guardar alimentos e suprimentos de despensa em armários e gavetas inferiores ou substituir os armários por cestos;
  • Alças ou uma garra podem facilitar a remoção de itens dos armários;
  • Na geladeira, dar preferência para as prateleiras mais baixas e a porta;
  • Colocar alças em garrafas e rotular recipientes de alimentos de forma mais visível;
  • Substituir os utensílios de cozinha padrão por talheres, facas balançantes, picadores de legumes e tábuas de cortar especiais, que deem mais segurança para o paciente que não tem mais a mesma firmeza e controle das mãos;
  • Tigelas e pratos antiderrapantes também podem ajudar a evitar que a comida caia no colo ou no chão.

Gostou do artigo? Acompanhe também minhas redes sociais: Instagram e Facebook


Este post foi útil?

Clique nas estrelas

Média / 5. Votos:

Seja o primeiro a avaliar este post.

Rua Maestro Cardim, 1293 - Cj.123 | Bela Vista | SP

(11) 3171-0878 | (11) 97163-5260

Siga-nos nas Redes Sociais