Diagnóstico e tratamento de aneurisma cerebral não roto ou rompido: Hemorragia subaracnóidea aneurismática
Postado em: 31/07/2024
Você sabia que cerca de 85% dos aneurismas cerebrais são casos de aneurisma não Roto ou Rompido? São lesões adquiridas na circulação cerebral anterior, caracterizados por um abaulamento ou dilatação na parede arterial.
Esses aneurismas se desenvolvem quando a parede de uma artéria se enfraquece e se expande, muitas vezes ocorrendo onde as artérias se bifurcam, como na bifurcação da artéria cerebral média.
A formação desses aneurismas não rotos é um processo ainda não completamente entendido pela medicina. Hoje, porém, quero trazer alguns conhecimentos importantes sobre o seu diagnóstico e tratamento.
Os aneurismas situados na circulação cerebral posterior são menos comuns, mas apresentam um risco aumentado de ruptura, o que pode levar a complicações graves como danos cognitivos e morte súbita.
É importante notar que aneurismas menores que 7 mm geralmente são assintomáticos e descobertos incidentalmente durante exames de imagem cerebral. Continue sua leitura para saber mais sobre o assunto!
Diagnóstico de aneurisma cerebral não roto ou rompido
O diagnóstico desses aneurismas intracranianos é feito através de várias técnicas de imagem avançadas, incluindo a angiotomografia computadorizada (Angio-TC), a angiografia por ressonância magnética (Angio-RM), e a angiografia cerebral por cateter.
Estes métodos diferem em suas vantagens e limitações dependendo do estágio de avaliação e tratamento.
A Angio-TC e a Angio-RM são usadas frequentemente como técnica diagnóstica inicial, para visualizar tridimensionalmente os vasos cerebrais.
No entanto, a confirmação diagnóstica e o planejamento detalhado do tratamento pode requerer uma angiografia cerebral, que oferece uma resolução superior, detalhando a localização exata, morfologia e relação do aneurisma com estruturas vizinhas.
Tratamento de um aneurisma cerebral não roto
Quando se trata de um caso de aneurisma cerebral não “Roto ou Rompido”, como neurorradiologista intervencionista, avalio se é melhor tratá-lo imediatamente ou monitorá-lo cuidadosamente.
O tratamento endovascular tem ganhado destaque como o método de escolha, devido ao seu caráter menos invasivo e maior taxa de sucesso comparado à neurocirurgia convencional com clipagem.
São algumas opções de tratamento:
- Tratamento endovascular: Esta técnica minimamente invasiva envolve o bloqueio do aneurisma para interromper o fluxo sanguíneo até ele. Realiza-se a inserção de molas dentro do aneurisma ou a colocação de stents para desviar o fluxo sanguíneo e isolar o aneurisma da circulação normal. É uma opção segura, eficaz e menos invasiva, amplamente utilizada no manejo de aneurismas cerebrais.
- Clipagem microcirúrgica: A clipagem envolve uma craniotomia para acessar diretamente o cérebro e colocar um pequeno clipe de metal no pescoço do aneurisma, cortando o suprimento de sangue para prevenir o sangramento. Este método é mais invasivo mas extremamente eficaz para certos tipos de aneurismas.
Hemorragia subaracnóidea aneurismática
A hemorragia subaracnóidea aneurismática (HSA) é uma emergência médica causada pela ruptura de um aneurisma cerebral, resultando em sangramento no espaço subaracnóideo.
Esta condição é particularmente perigosa e associada a um alto risco de complicações severas e mortalidade.
Os pacientes afetados costumam ser mais jovens que aqueles que sofrem outros tipos de acidente vascular cerebral, tendo por volta de 60 anos.
Embora as taxas de mortalidade tenham diminuído graças a diagnósticos mais rápidos e melhorias no tratamento, aproximadamente 50% dos pacientes afetados podem morrer, enquanto 25% podem sofrer sequelas neurológicas.
As estratégias diagnósticas e de tratamento para a Hemorragia Subaracnóidea Aneurismática (HSA) são cruciais para a sobrevivência e recuperação do paciente.
Além da tomografia computadorizada (TC) e da Angio-TC do crânio, que são extremamente eficazes nas primeiras horas após o evento, outros exames complementares podem ser necessários para uma avaliação detalhada.
A punção lombar, por exemplo, pode ser utilizada quando a TC não mostra evidências claras de sangramento, mas ainda há uma forte suspeita de HSA.
Este procedimento pode detectar a presença de sangue no líquido cefalorraquidiano, confirmando o diagnóstico de hemorragia subaracnóidea.
No que diz respeito ao tratamento, após a estabilização inicial do paciente e o diagnóstico confirmado, a intervenção rápida é vital. O manejo deve dar atenção à via aérea, à respiração e à circulação.
Pacientes que apresentam insuficiência respiratória aguda ou que não conseguem proteger suas vias aéreas devem ser entubados imediatamente. Após a estabilização do indivíduo, geralmente nos concentramos no fechamento do aneurisma,
A técnica de embolização endovascular mencionada anteriormente é frequentemente complementada por monitoramento intensivo em uma unidade de terapia intensiva (UTI).
Os cuidados na UTI incluem a monitoração contínua das funções vitais e neurológicas para detectar sinais de rebleeding ou o desenvolvimento de complicações secundárias, como o vasoespasmo cerebral, uma condição que pode reduzir o fluxo sanguíneo para áreas críticas do cérebro, levando a mais danos cerebrais.
Outro aspecto do tratamento é o manejo da pressão intracraniana e a manutenção da homeostase, que são cruciais para minimizar o risco de danos adicionais.
Medicamentos para controlar a pressão sanguínea e tratamentos específicos para prevenir ou tratar o vasoespasmo, como a administração de nimodipina, são rotineiramente utilizados.
Além disso, dependendo da condição do paciente, procedimentos como cirurgia para a colocação de um shunt para drenar excesso de fluido ou reduzir a pressão intracraniana, podem ser necessários.
Essas estratégias integradas de diagnóstico e tratamento são fundamentais para melhorar os resultados nos pacientes com HSA, enfatizando a importância de uma abordagem rápida e abrangente para esta condição médica grave.
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Dr. Renato Tosello
Neurorradiologista intervencionista
CRM: 133.066
RQE: 64312 | RQE: 643121 | RQE: 64379
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