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Hipertensão Intracraniana Idiopática: o que é, causas e tratamentos

Postado em: 18/02/2025

A Hipertensão Intracraniana Idiopática (HII), anteriormente conhecida como pseudotumor cerebral, é uma condição neurológica caracterizada pelo aumento da pressão intracraniana sem a presença de uma lesão ocupando espaço, como tumores ou infecções. 

Hipertensão Intracraniana Idiopática_ o que é, causas e tratamentos

A fisiopatologia exata da HII permanece incerta; no entanto, diversos mecanismos têm sido propostos, incluindo aumento do volume sanguíneo cerebral, produção excessiva de líquido cefalorraquidiano (LCR) ou redução de sua reabsorção, além de possíveis processos inflamatórios que podem afetar a circulação do LCR.

No conteúdo de hoje, vou comentar alguns detalhes importantes sobre essa condição. Continue a leitura para saber mais!

Epidemiologia da hipertensão intracraniana idiopática

A “Hipertensão Intracraniana Idiopática“ apresenta uma incidência global estimada entre 1 a 3 casos por 100.000 pessoas ao ano. 

No entanto, essa taxa aumenta significativamente para 12 a 28 casos por 100.000 ao ano em mulheres obesas em idade reprodutiva. 

Estudos indicam que o ganho de peso rápido e o sobrepeso são fatores de risco predominantes para o desenvolvimento da HII, especialmente nesse grupo demográfico.

Manifestações clínicas

Os sintomas da hipertensão intracraniana idiopática são variados e podem incluir um ou mais dos seguintes:

  • Cefaleia: Geralmente diária, afetando ambos os lados da cabeça. A dor pode variar de intensidade e frequentemente piora ao deitar e melhora ao sentar ou ficar em pé, devido à influência da gravidade na distribuição do LCR.
  • Distúrbios visuais: Obscurecimentos visuais transitórios, visão embaçada ou dupla, e perda da visão periférica são comuns. O papiledema, ou inchaço do nervo óptico, é um achado frequente e pode ser detectado através de exame oftalmológico.
  • Zumbido pulsátil: Sensação de ouvir batidas rítmicas sincronizadas com o pulso, frequentemente descritas como um “coração batendo” nos ouvidos. Esse sintoma pode resultar de alterações no fluxo sanguíneo venoso cerebral.
  • Outros sintomas: Náuseas, vômitos, rigidez de nuca e dificuldades cognitivas, como problemas de memória, também podem estar presentes.

O diagnóstico da hipertensão intracraniana idiopática

O diagnóstico da HII é desafiador e envolve uma combinação de avaliações clínicas e exames complementares, como:

  • Exames de Imagem: A ressonância magnética (RM) e a venografia por RM são fundamentais para identificar características associadas à HII, como sela turca parcialmente vazia, achatamento posterior do globo ocular, distensão do espaço liquórico perióptico e estenose dos seios venosos transversos. Esses achados auxiliam na exclusão de outras causas de hipertensão intracraniana.
  • Punção lombar: Utilizada para medir a pressão do LCR e analisar sua composição. Na HII, observa-se uma pressão elevada do LCR, geralmente acima de 25 cm H2O, com composição bioquímica normal. A retirada de LCR durante o procedimento pode proporcionar alívio temporário dos sintomas.

Causas

Existem duas causas de origem vascular que podem levar à HII:

  • Estenose de seio venoso dural: estreitamento de um ou mais seio venoso dural. 
  • Trombose de seio venoso dural: formação de coágulo no interior de um ou mais seio venoso dural.

“Quando esta estenose ou a trombose é importante, ele dificulta a drenagem venosa cerebral levando a um aumento da pressão venosa cerebral e consequentemente causando a hipertensão intracraniana idiopática”

O tratamento da hipertensão intracraniana idiopática

O manejo da HII visa reduzir a pressão intracraniana, aliviar os sintomas e prevenir complicações visuais.

De acordo com as particularidades de cada caso, o médico pode indicar:

  • Medicação: A acetazolamida é frequentemente utilizada para diminuir a produção de LCR. O topiramato também pode ser considerado, especialmente em pacientes com enxaqueca concomitante.
  • Perda de peso: Em pacientes com sobrepeso ou obesidade, a redução ponderal tem demonstrado benefícios significativos na diminuição da pressão intracraniana e na melhoria dos sintomas.
  • Intervenções cirúrgicas: Em casos refratários ao tratamento clínico ou com risco iminente de perda visual, procedimentos como a colocação de stents nos seios venosos durais ou derivação lomboperitoneal podem ser indicados para normalizar a drenagem do LCR e a pressão venosa intracraniana.

“Atualmente quando a HII é causada por estenose no seio venoso dural o melhor tratamento é a colocação de stent neste seio venoso. O stent implantado faz com que a estenose se regrida completamente, normalizando-se a drenagem venosa cerebral e consequentemente a pressão venosa intracraniana. Desta maneira os sintomas secundários a hipertensão intracraniana idiopática melhoram”. 

Prognóstico

Embora a HII possa ser uma condição debilitante, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações, especialmente a perda visual permanente. 

A monitorização regular e o acompanhamento multidisciplinar são essenciais para o manejo eficaz da doença.

A hipertensão intracraniana idiopática é uma condição complexa que requer uma abordagem diagnóstica cuidadosa e um manejo terapêutico individualizado. A conscientização sobre seus sinais e sintomas, aliada a intervenções precoces, pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes afetados.

Convido você a visitar meu site para saber mais sobre o meu trabalho ou a entrar em contato!

Dr. Renato Tosello, PhD
Neurorradiologista Intervencionista
CRM: 133.066
RQE: 64.312 | RQE: 643.121 | RQE: 64.379

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