Malformação arteriovenosa cerebral tem cura? Entendendo as opções de tratamento e prognósticos
Postado em: 22/04/2024
A Malformação Arteriovenosa Cerebral (MAVC) é definida pelo desenvolvimento anormal de uma rede de vasos, conhecida como “nidus”, que se localiza entre artérias e veias, e possui baixa resistência e fluxo sanguíneo elevado. Embora possa ocorrer em diversas partes do corpo, sua presença é mais comum no cérebro. A origem da MAVC ainda é desconhecida, acometendo cerca de 1% da população, sobretudo em adultos de 30 a 40 anos, sem predileção pelo sexo.
Na maioria das vezes, a malformação arteriovenosa cerebral é assintomática. No entanto, pode se manifestar por meio de dores de cabeça, crises convulsivas, alterações cognitivas como lentidão do raciocínio e perda da memória, ou fraqueza em um dos lados do corpo. O risco severo associado às MAVs cerebrais é o sangramento no cérebro, que pode provocar sequelas neurológicas graves e aumentar a mortalidade.
O tratamento dessas malformações exige a atuação de uma equipe multidisciplinar, incluindo neurorradiologia intervencionista, radiocirurgia e neurocirurgia. A embolização da MAVC pode ser indicada em diferentes estágios: na fase aguda de hemorragia, como preparação para procedimentos cirúrgicos, ou até mesmo como solução curativa.
Causa
Ainda que a causa precisa da malformação arteriovenosa cerebral não esteja clara, estudos sugerem uma possível origem genética. As MAVs cerebrais se desenvolvem quando artérias se conectam diretamente às veias no cérebro, sem os capilares intermediários.
Risco de sangramento
Anormalidades nos vasos sanguíneos, propensos a dilatação e ruptura sob pressão arterial, podem levar ao sangramento das malformações arteriovenosas cerebrais. Isso pode resultar em hemorragia cerebral, causando dano severo nas regiões vitais do cérebro.
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Tratamento de malformação arteriovenosa cerebral
Três métodos cirúrgicos são comumente utilizados para tratar a malformação arteriovenosa cerebral (MAVC), frequentemente empregados em conjunto para assegurar maior eficácia.
Terapia Endovascular para MAVC – Embolização
Este procedimento minimamente invasivo utiliza um cateter guiado para alcançar e obstruir partes do “nidus” com agente líquido embolizante, semelhante a uma cola, com o objetivo de reduzir o fluxo sanguíneo nas MAVCs. Frequentemente, antecede a cirurgia e pode ser usado também como tratamento independente e curativo em situações específicas.
Remoção Cirúrgica da MAVC
A malformação arteriovenosa cerebral é removida do cérebro por meio de técnicas microcirúrgicas. Isso envolve o fechamento das artérias anormais, a separação do emaranhado do tecido cerebral adjacente e o corte das veias que drenam a MAV cerebral, ressecando-a por completo. Normalmente, a embolização da MAVC é realizada antes da cirurgia para reduzir o tamanho do “nidus” da malformação e facilitar sua ressecção cirúrgica.
Radiocirurgia
Neste procedimento não invasivo, feixes de radiação são direcionados ao nidus da MAV cerebral. Ao longo de 2 a 3 anos, os vasos sanguíneos da malformação respondem com cicatrizes e fechamento. A radiocirurgia pode ter efeito curativo ou reduzir o tamanho da MAVC para facilitar a cirurgia
Expectativa de vida com malformação arteriovenosa cerebral
A expectativa de vida para pessoas com malformação arteriovenosa cerebral depende da gravidade da condição, presença de sintomas, tratamentos realizados e a ocorrência de complicações, como hemorragias. Enquanto indivíduos assintomáticos ou com MAVCs controladas podem ter uma longevidade similar à média da população, quadros mais graves reduzem essa expectativa.
Tratamentos eficazes e acompanhamento médico contínuo são essenciais para melhorar a qualidade de vida e aumentar a expectativa de vida de pacientes com MAV cerebral.
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Dr. Renato Tosello
Neurorradiologista intervencionista
CRM: 133.066
RQE: 64312 | RQE: 643121 | RQE: 64379