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O que é a dissecção arterial e por que ela é mais comum nos jovens?

Postado em: 16/05/2022

O acidente vascular cerebral (AVC) é a segunda principal causa de mortes no Brasil e ele pode ser causado, principalmente nos jovens, após a dissecção arterial de artérias que nutrem o cérebro. Mas, você sabe o que é a dissecção arterial? Para melhor entendimento, dividimos as dissecções arteriais em extracraniana e intracraniana. Neste texto, você pode entender melhor os sintomas, tratamentos e o que é a doença – além de compreender por que ela é mais comum nos jovens.

O que é a dissecção arterial e por que ela é mais comum nos jovens

A dissecção arterial ocorre pelo descolamento de uma das camadas da parede da artéria e pode ser resultado de um trauma, do aumento da pressão arterial, de uma infecção e de vários outros fatores. Também acontece em pessoas que já têm uma predisposição genética a desenvolver a doença, como em quem tem displasia muscular, síndrome de Ehlers-Danlos, síndrome de Marfan, uso abusivo de drogas, dentre outras. 

Geralmente, as dissecções arteriais que acometem as artérias extracranianas (artérias vertebrais e carótidas internas) mais comumente podem evoluir com AVC isquêmico e, quando ocorrem nas artérias intracranianas (segmentos intradurais das artérias carótidas internas e vertebrais; artérias cerebrais anterior, média e posterior; e artérias basilar, PICAs, AICAs e cerebelar superiores), geralmente evoluem para o AVC hemorrágico.

Isso se deve porque as paredes das artérias extracranianas são mais fortes e compostas por todas as camadas da artéria (túnica íntima, lâmina elástica interna, túnica média, lâmina elástica externa e túnica adventícia), enquanto as paredes das artérias intracranianas são mais finas e mais frágeis por não terem a lâmina elástica externa e as túnicas intima e adventícia serem mais finas, tornando-as mais fáceis de se romperem, bem como, de se formar falso aneurisma e este vir a romper. 

O falso aneurisma pode também se formar após a dissecção das artérias extracranianas. No entanto, por elas serem mais fortes, os falsos aneurismas são mais difíceis de se romperem. Não é incomum a dissecção arterial ocorrer em mais de uma artéria ao mesmo tempo.

Esta teoria da fragilidade das artérias intracranianas também se vale para a formação dos aneurismas cerebrais, nos quais são mais comuns e se rompem mais facilmente, do que nas artérias extracranianas.

Causas

A dissecção arterial pode ocorrer em adultos e idosos, mas acaba sendo mais comum em mais jovens, com menos de 45 anos, porque é a parte da população que costuma sofrer mais traumas. Esses traumas causam uma lesão no pescoço, que pode surgir até mesmo após a prática de atividades físicas consideradas inofensivas, como uma aula de natação, ioga, patinação, andar em uma montanha-russa, dançar e muitas outras ações simples.

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Sintomas

Em algumas pessoas, a dissecção arterial pode ser assintomática. Em outras, os sintomas podem surgir rapidamente como: dor de cabeça, dor no couro cabeludo, dor nos olhos, dor no pescoço, pálpebra caída e pupila pequena de um olho, fraqueza unilateral ou dormência de um braço e perna ou ambos os membros de um lado do corpo, som pulsante em um ouvido, dificuldade para engolir e paladar anormal ou perdido.

Tratamentos

Não é possível identificar o tratamento sem que haja o acompanhamento médico e um estudo de cada caso para entender o que será necessário fazer. Tudo depende do grau da doença e de como ela se desenvolverá. Quando ocorre, por exemplo, a dissecção arterial pode causar uma estenose acentuada da artéria, o protocolo costuma ser o tratamento endovascular, com colocação de stents

Quando aparece um falso aneurisma, que se dá após a dissecção arterial, é possível fazer a oclusão da artéria ou ocluir somente o falso aneurisma podendo-se usar stents e/ou micromolas, mas tudo dependerá de cada caso. Não existe um protocolo igual para todos.

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Exames Diagnósticos

Tendo qualquer suspeita da doença por parte de um neurorradiologista intervencionista, alguns exames podem ser feitos para detectar a dissecção arterial. Um deles é a angiografia por tomografia computadorizada ou ressonância magnética da cabeça, para avaliar as artérias do pescoço e da cabeça. Eles detectam rapidamente o local da dissecção, podendo também detectar se teve ou não uma evolução para o AVC hemorrágico ou isquêmico.

Caso seja diagnosticada ou ainda existe a suspeita de disseção arterial, é indicado, na maioria dos casos, realizar o exame de angiografia cerebral, método padrão ouro para saber se existe a dissecção, quantificá-la e ver se é necessário realizar o tratamento endovascular. 


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