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O que é o aneurisma cerebral e o que acontece quando ele se rompe?

Postado em: 19/06/2024

O que é o aneurisma cerebral e o que acontece quando ele se rompe?

O aneurisma cerebral é uma condição séria que se forma em áreas de fragilidade nas paredes das artérias que irrigam o cérebro. Ele se desenvolve principalmente nas bifurcações das artérias intracranianas, pontos em que a circulação sanguínea sofre maior pressão. 

Quando ocorre o rompimento de um aneurisma, há um sangramento significativo, o que pode causar danos irreversíveis ao tecido cerebral.

Nosso cérebro é envolto por uma membrana protetora chamada meninge, e o sangramento provocado pela ruptura de um aneurisma desencadeia uma intensa irritação dessa membrana. 

Isso leva a uma dor de cabeça aguda e severa, diferente das dores comuns, conhecida como “cefaleia em trovoada”. O nome vem da intensidade e da rapidez com que essa dor surge, frequentemente descrita pelos pacientes como uma das piores dores de suas vidas.

Diante desse cenário, é crucial que o paciente que apresenta esse tipo de dor de cabeça seja imediatamente avaliado. 

Cerca de 50% dos pacientes que sofrem a ruptura de um aneurisma cerebral podem não resistir, devido à gravidade do sangramento e à demora no atendimento. 

Os que sobrevivem frequentemente enfrentam sequelas neurológicas significativas e necessitam de um tratamento especializado e intenso.

Complicações decorrentes da ruptura de um aneurisma

Quando um aneurisma cerebral se rompe, o risco de complicações graves é alto. Essas complicações podem se manifestar de várias maneiras e, em muitos casos, exigem tratamentos complexos e contínuos. As principais complicações incluem:

  • Cefaleia intensa: Dor de cabeça severa, muitas vezes persistente e de difícil controle.
  • Deterioração neurológica: Agravamento progressivo da função neurológica, como perda de sensibilidade ou dificuldade de fala.
  • Coma: Em casos mais graves, o paciente pode entrar em coma, uma complicação associada ao aumento da pressão intracraniana e à destruição de áreas cerebrais.
  • Hidrocefalia: Ocorre quando há acúmulo excessivo de líquido cefalorraquidiano nos ventrículos do cérebro, aumentando ainda mais a pressão interna.
  • Vasoespasmo: Também conhecido como estenose das artérias cerebrais, essa condição causa o estreitamento dos vasos sanguíneos, reduzindo o fluxo de sangue para áreas importantes do cérebro, o que pode levar à isquemia cerebral.
  • Isquemia cerebral: Quando o fluxo sanguíneo é interrompido, o tecido cerebral começa a morrer por falta de oxigênio, causando danos permanentes.

Essas complicações exigem uma abordagem rápida e eficiente para minimizar os danos e aumentar as chances de recuperação do paciente.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de um aneurisma cerebral geralmente começa com exames de imagem que permitem visualizar os vasos sanguíneos do cérebro. 

O primeiro exame a ser realizado é a angiotomografia ou a angioressonância magnética, ambos métodos não invasivos que proporcionam imagens detalhadas das artérias cerebrais. 

Esses exames podem detectar aneurismas e indicar seu tamanho e localização.

Caso o exame inicial confirme a presença de um aneurisma, o próximo passo é a angiografia cerebral, considerado o exame padrão-ouro para o diagnóstico. 

A angiografia cerebral é um procedimento minimamente invasivo que permite uma visualização detalhada dos vasos sanguíneos do cérebro, e dura em torno de 40 minutos. 

A partir desse exame, posso obter informações precisas sobre o aneurisma, o que ajuda a definir a melhor estratégia de tratamento.

Estudos indicam que entre 2% e 5% da população mundial possui algum tipo de aneurisma, mas muitas pessoas ainda não foram diagnosticadas. 

Isso acontece porque, na maioria das vezes, o aneurisma é assintomático e só é descoberto durante exames de investigação para outras condições.

Tipos de aneurismas

Os aneurismas cerebrais podem ser classificados em diferentes tipos, cada um com suas características próprias. É importante conhecer essas variações para um diagnóstico e tratamento adequados:

  1. Aneurisma sacular: Esse é o tipo mais comum e apresenta-se como uma dilatação em formato de “saco” em uma artéria do cérebro. É mais frequentemente encontrado nas bifurcações das grandes artérias.
  2. Aneurisma fusiforme: Nesse tipo, a dilatação ocorre em toda a circunferência da artéria, o que é menos comum. Ele tende a ser mais difuso e menos propenso à ruptura imediata, mas pode gerar complicações com o tempo.
  3. Aneurisma blister: Esse é um tipo mais raro e perigoso, pois se forma após a dissecção da parede arterial, restando apenas a camada externa do vaso. Isso faz com que o aneurisma seja extremamente frágil, aumentando o risco de rompimento.
  4. Aneurismas traumáticos: Resultam de traumas na cabeça, como acidentes de carro ou quedas, que causam danos às artérias do cérebro, levando à formação de um aneurisma.
  5. Aneurisma infeccioso ou micótico: Esse tipo de aneurisma é decorrente de infecções bacterianas, virais ou fúngicas que enfraquecem a parede arterial, facilitando a formação de uma dilatação.

A maioria dos aneurismas, especialmente os pequenos, não apresenta sintomas até que haja o rompimento, o que torna os exames preventivos essenciais, principalmente em pessoas com fatores de risco genéticos.

O aneurisma causa dor de cabeça?

Muitas vezes, as pessoas perguntam se o aneurisma cerebral pode causar dor de cabeça, e a resposta é sim. No entanto, é importante destacar que a maioria das dores de cabeça não está relacionada a aneurismas. 

Isso significa que, embora o aneurisma possa causar dor de cabeça, especialmente quando há ruptura ou aumento da pressão intracraniana, a maioria das dores de cabeça comuns, como a cefaleia tensional e a enxaqueca, não têm qualquer relação com aneurismas.

Mulheres, em particular, são mais propensas a desenvolver aneurismas, e também costumam apresentar dores de cabeça ao longo da vida, muitas vezes associadas a variações hormonais, como o ciclo menstrual. 

No entanto, dores de cabeça frequentes em mulheres nem sempre são um sinal de aneurisma. 

Por isso, o histórico médico familiar é um fator importante a ser considerado. Se há casos de aneurisma cerebral na sua família, é fundamental realizar exames regulares para investigar a presença dessa condição.

Tratamentos para aneurisma cerebral

O tratamento do aneurisma cerebral é focado na prevenção da sua ruptura e na proteção do paciente contra complicações graves. Atualmente, existem dois principais métodos de tratamento:

  1. Neurocirurgia convencional (clipagem): Nesse procedimento, uma pequena pinça de metal é colocada ao redor do aneurisma para interromper o fluxo de sangue, prevenindo uma possível ruptura. É uma cirurgia invasiva, mas eficaz, especialmente para aneurismas que não podem ser tratados por via endovascular.
  2. Neurocirurgia endovascular (embolização): A embolização do aneurisma tem ganhado destaque nos últimos anos por ser um procedimento minimamente invasivo. Através de um cateter inserido pela virilha, é possível acessar o aneurisma e preenchê-lo com pequenas espirais de metal, bloqueando o fluxo sanguíneo. Essa técnica tem mostrado altos índices de sucesso, com menor risco de complicações e uma recuperação mais rápida.

A escolha do tratamento depende de vários fatores, como o tamanho, a localização e a condição do aneurisma, além das características individuais do paciente.

Tenho dores de cabeça frequentes. O que devo fazer?

Se você tem dores de cabeça frequentes, o primeiro passo é procurar um neurologista para uma avaliação detalhada. Um especialista pode determinar quais exames são necessários e identificar a causa da dor, orientando o melhor tratamento para o seu caso.

Fui diagnosticado com um aneurisma cerebral. O que fazer?

Se o diagnóstico de aneurisma cerebral foi confirmado, o próximo passo é consultar um neurorradiologista intervencionista, que poderá avaliar a gravidade do aneurisma e discutir as melhores opções de tratamento.

Na Clínica Tosello, contamos com profissionais experientes, como a Dra. Viviane Felici, neurologista e eu, Renato Tosello, neurorradiologista intervencionista. Agende uma consulta e cuide-se!

Dr. Renato Tosello
Neurorradiologista intervencionista, especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem
CRM 133.066


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