Suspeita que está tendo um AVC? Entenda o que fazer para se salvar ou socorrer alguém
Postado em: 05/05/2021
Perda de força repentina no braço e/ou na perna de um lado do corpo, sorriso torto ou dificuldade de falar uma frase simples. Tudo isso acende um alerta para que você busque socorro imediatamente.
É que esses e outros sintomas podem indicar que você está sofrendo um acidente vascular cerebral (AVC).
Os acidentes vasculares cerebrais são a segunda causa de morte mais frequente no mundo. Além disso, quando não é fatal, o AVC pode transformar completamente a vida do paciente e da família, deixando sequelas, que algumas vezes são incapacitantes e irreversíveis.
Portanto, é primordial buscar ajuda se houver qualquer suspeita. O atendimento precoce previne mortes e aumenta a chance de o paciente voltar a ter uma vida normal, sem sequelas e saudável.
Neste artigo, você vai aprender a identificar os sintomas da doença. Encontrará também um passo a passo sobre como agir diante de uma emergência.
Como identificar se está tendo um AVC
Todas as pessoas precisam saber o que é um AVC. Os principais sinais de alerta para um AVC são os seguintes sintomas (com início repentino):
- Perda de força (fraqueza) ou de sensibilidade (dormência) em um lado do corpo;
- Paralisia facial;
- Dificuldade de enxergar com um olho ou ambos os olhos;
- Confusão, dificuldade de falar ou de entender outras pessoas;
- Dificuldade de engolir;
- Dor de cabeça intensa sem causa aparente;
- Tontura, desequilíbrio, falta de coordenação e dificuldade de andar;
Passo a passo do AVC: o que fazer em caso de sintomas
Você pode estar vivendo normalmente e de repente notar que há algo estranho. Se estiver sentindo algum dos sintomas citados acima, tente se lembrar do “teste” do SAMU:
- S – Sorriso (sorria em frente ao espelho);
- A – Abraço (eleve seus braços como se fosse abraçar alguém);
- M – Cantarole um trechinho de alguma música e preste atenção à sua voz;
- U – Urgente – se não conseguir executar algum dos passos anteriores, é hora de chamar uma ambulância ou pedir que alguém leve você ao pronto-socorro.
Dicas:
- Caso esteja sozinho, encontre uma forma de ser acudido. Se possível, destranque portas e ligue para o Samu.
- Está tendo dificuldade de falar ou de se locomover? Tente fazer barulho, chamando a atenção de vizinhos ou pessoas que estejam nas proximidades.
- Não tente ir dirigindo para o hospital, pois suas funções cerebrais estarão comprometidas e pode ser perigoso.
- Não tome nenhum medicamento por conta própria.
- Não espere que os sintomas passem sozinhos.
Primeiros socorros para AVC: como agir se precisar socorrer alguém
Se um parente, amigo ou mesmo uma pessoa estranha na rua precisar de socorro por estar tendo um AVC, sua ajuda pode salvar uma vida.
Saiba o que fazer:
- Caso suspeite que alguém está passando por isso, você pode fazer três testes rápidos:
- Peça para a pessoa sorrir. Algum dos lados da face está imóvel (sorriso torto, um olho caído)?
- Peça para a pessoa levantar os dois braços ao mesmo tempo. Ela não consegue levantar um dos braços?
- Instrua a pessoa a repetir uma frase curta e simples, como: “O Brasil é o país do futebol”. A frase sai normalmente ou o paciente embola as palavras?
- Se algum dos sinais não estiver normal, chame uma ambulância imediatamente para buscar o paciente ou o conduza até o pronto-socorro mais próximo.
- Mesmo que você esteja na dúvida se os sintomas são mesmo de AVC, vale a pena procurar um serviço de emergência, pois os pacientes que são acudidos nas primeiras horas após o derrame têm mais chances de sobrevivência.
- Não dê nenhum medicamento para o paciente por conta própria.
Diagnóstico do AVC no hospital
No serviço de emergência, o paciente passará pela realização de uma tomografia computadorizada ou ressonância magnética de crânio, exames de sangue e avaliação com equipe neurológica multidisciplinar (neurologista, neurocirurgião e neurorradiologista intervencionista). Os médicos farão o diagnóstico e, em caso positivo de AVC, entrarão imediatamente com os protocolos adequados para tentar reverter o problema.
Por que é importante ser rápido?
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a cada ano, 15 milhões de pessoas sofrem AVC. No entanto, mais de um terço delas não sobrevive à doença. E, entre os sobreviventes, metade fica permanentemente incapacitada.
Além disso, o AVC é uma das principais causas de demência e depressão. Também é responsável por mais de 10% dos óbitos no planeta, o que equivale a 5,78 milhões de vidas perdidas por ano.
Esses dados poderiam ser muito diferentes se a doença fosse tratada no tempo certo. As quatro primeiras horas após o início dos sintomas são cruciais para o prognóstico do paciente. Após esse prazo, aumenta muito a chance de sequelas e de óbito.
Vale lembrar também que o AVC pode ser prevenido. Ele faz parte do rol de doenças cardiovasculares de origem crônica, relacionadas ao estilo de vida. A OMS afirma que quatro em cada 10 pessoas que morrem em decorrência de um AVC poderiam ter sido salvas com tratamento adequado da hipertensão arterial sistêmica. E tem mais: o hábito de fumar está presente em 40% das vítimas fatais de AVC com menos de 65 anos.
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