Tratamento endovascular (embolização) diminui as chances de recanalização do aneurisma
Postado em: 17/01/2022
Quem opta pelo tratamento endovascular de um aneurisma cerebral – a conhecida embolização – sempre se pergunta: qual é a chance de recanalização do aneurisma, ou seja, dele voltar a se encher e correr o risco de ruptura? O tratamento endovascular (embolização) diminui as chances de recanalização do aneurisma e, lendo este texto até o final, você entenderá por que isso acontece e quais são os benefícios da cirurgia endovascular para o paciente.
Quando se fala em aneurisma cerebral, não existe uma receita: cada caso precisa ser analisado individualmente por um Neurorradiologista Intervencionista. É ele quem poderá avaliar as condições e as melhores opções para cada paciente.
O tratamento do aneurisma, basicamente, depende de três fatores: a localização, o tamanho e a morfologia dele. Após tudo isso ser identificado, o médico Neurorradiologista Intervencionista poderá definir qual técnica será empregada e quais materiais serão utilizados na embolização. E isso faz toda a diferença nos riscos de recanalização.
Atualmente, é possível dizer que não existe recanalização quando o tratamento é feito com stent redirecionador. As chances de o aneurisma voltar a encher são maiores – e ficam em torno de apenas 3% – quando o procedimento é feito com espirais. Agora, quando são combinados os espirais aos stents regulares, essas chances diminuem para 1%.
Os números, então, são muito pequenos – ou até mesmo nulos – quando é feito o tratamento endovascular. Isso refuta todo o mito criado de que as cirurgias convencionais, que exigem a abertura do crânio, são mais seguras quando o assunto é recanalização. Nelas, a chance do aneurisma voltar a encher gira em torno de 2 a 3%.
A Embolização
Feita a partir de um corte de 0,5 centímetro na virilha ou, em alguns casos, pelas artérias dos braços, a embolização cerebral tem diversas vantagens quando comparada com a cirurgia convencional. Além das já citadas no texto – como ser menos invasiva e as baixas chances de recanalização – o tratamento endovascular ainda exige um tempo menor para a recuperação do paciente.
A segurança também é maior quando se opta pela embolização. A taxa de complicação é duas vezes maior nos pacientes tratados por neurocirurgia convencional (clipping) em relação aos tratados por via endovascular. E esses riscos podem ser ainda maiores dependendo das características do aneurisma e também do perfil do paciente, levando em consideração a idade e outras questões da saúde dele.
Recanalização
Caracterizado por ser uma dilatação em um lugar frágil da parede de um vaso sanguíneo (artéria ou veia) o aneurisma cerebral se torna um problema quando o fluxo sanguíneo passa por dentro dele, para depois voltar a levar sangue ao cérebro. Isso gera o risco de que o aneurisma se rompa, dando origem a uma hemorragia intracraniana.
A embolização cria uma barreira para que o sangue não vá para o interior do aneurisma e o fluxo sanguíneo seja preservado apenas no interior da artéria em direção ao cérebro. Quando acontece a recanalização, esse sangue volta a entrar no aneurisma ou a “enchê-lo” e, por isso, é necessário que o Neurorradiologista Intervencionista esteja sempre acompanhando a situação de cada paciente, com os exames em dia, para que – caso haja a necessidade – um novo tratamento seja feito.