Você sabia que para se operar aneurisma cerebral não necessita de abertura do crânio?
Postado em: 04/12/2023
Você pode ou não precisar de tratamento para um aneurisma não roto (não rompido), dependendo das circunstâncias. Seu médico recomendará as melhores opções com base na anatomia vascular, tipo, tamanho e localização do aneurisma.
O objetivo principal do tratamento é interromper o fluxo sanguíneo dentro do aneurisma cerebral, eliminando assim o risco de hemorragia intracraniana e mantendo a circulação normal no cérebro.
A boa notícia é ser possível tratar um aneurisma cerebral de maneira minimamente invasiva (via endovascular) e sem a necessidade de abrir cirurgicamente o crânio. Saiba como!
O que é um aneurisma cerebral?
Os aneurismas cerebrais são alterações/deformidades que se formam em áreas de fragilidade das paredes dos vasos sanguíneos cerebrais, podendo romper e causar sangramento intracraniano. Esse quadro pode resultar em um acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) e representa uma rara, mas grave, emergência médica com riscos significativos para a vida do paciente.
Não há uma maneira conhecida de prevenir o desenvolvimento de um aneurisma cerebral, mas é possível reduzir o risco dele se formar por meio do controle da pressão arterial, da diabetes, não fumar, praticar esportes regularmente, etc.
Causas
As causas dos aneurismas cerebrais ainda não são totalmente claras. Em alguns casos, esses aneurismas estão relacionados a deficiências nas artérias cerebrais presentes desde o nascimento, possivelmente associadas a doenças hereditárias ou histórico familiar de aneurismas cerebrais.
Por outro lado, em algumas situações, os vasos sanguíneos no cérebro podem enfraquecer com o tempo ou devido a escolhas de estilo de vida, como fumar e beber. Segundo o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e AVC dos Estados Unidos, a incidência de aneurismas cerebrais é mais comum em adultos entre 30 e 60 anos, afetando mais mulheres do que homens.
O enfraquecimento dos vasos sanguíneos no cérebro também pode estar relacionado a condições de saúde como hipertensão arterial, tumores cerebrais ou aterosclerose.
Principais sintomas
Muitas vezes, os aneurismas cerebrais permanecem assintomáticos até sua ruptura, sendo possível ter um aneurisma cerebral sem apresentar sintomas, uma condição que afeta entre 1% e 5% da população. Em geral, são aneurismas pequenos que podem permanecer sem sangramento ao longo da vida.
A identificação precoce é crucial para a intervenção. Quando ocorre a ruptura, os pacientes podem experienciar uma dor de cabeça intensa e súbita. Outros sinais podem incluir:
- Náuseas e vômitos;
- Rigidez no pescoço;
- Visão dupla ou borrada;
- Fotofobia (sensibilidade à luz);
- Perda de consciência;
- Súbita dificuldade para andar ou tontura;
- Súbita fraqueza e alteração de sensibilidade;
- Convulsões;
- Queda da pálpebra.
Diagnóstico
O diagnóstico de aneurismas cerebrais é frequentemente realizado por meio de técnicas avançadas de imagem, como angiografia por ressonância magnética (angio-RM) e angiografia por tomografia computadorizada (angio-TC), que proporcionam imagens detalhadas das estruturas vasculares.
No entanto, a angiografia cerebral é considerada a modalidade “padrão-ouro” para diagnosticar aneurismas cerebrais. Quando um aneurisma cerebral é identificado, é crucial que o paciente realize a angiografia cerebral para confirmação diagnóstica, obtenção de informações mais precisas sobre a morfologia e tamanho do aneurisma, e para a programação de intervenção cirúrgica, se necessário.
Tratamento tradicional
O tratamento envolve cirurgia convencional, na qual o médico realiza a abertura do crânio (craniotomia) e executa a clipagem do colo do aneurisma utilizando técnicas microcirúrgicas.
Atualmente, devido aos avanços em equipamentos, técnicas e materiais médicos, é possível realizar o tratamento de forma minimamente invasiva (via endovascular), sem a necessidade de abertura cirúrgica do crânio.
Tratamento minimamente invasivo
A embolização é o método preferencial na atualidade para o tratamento de aneurismas rompidos. Este procedimento visa implantar dispositivos endovasculares, como espirais metálicas (conhecidas como “molas”) e stents, para obter a oclusão completa do aneurisma e prevenir futuros sangramentos. A embolização é realizada exclusivamente por Neurorradiologistas Intervencionistas. O tempo de internação e recuperação após esse procedimento minimamente invasivo é menor em comparação com a cirurgia convencional.
O tratamento endovascular é um método mais seguro, capaz de causar danos mínimos ao paciente, com uma taxa de cura significativamente superior à neurocirurgia com clipagem de aneurisma cerebral. Por isso, é essencial, ao receber o diagnóstico de aneurisma cerebral, procurar um centro especializado em tratamento por via endovascular.
Se você ou alguém que você conhece foi diagnosticado com aneurisma cerebral, não hesite em buscar o melhor cuidado. Agende uma consulta com o Dr. Renato Tosello, especialista em Neurorradiologia Intervencionista Diagnóstica e Terapêutica; especialista em Radiologia Intervencionista e Angiorradiologia; e doutor pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Leia também:
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