Logo Tosello Clínica Médica

O que é um aneurisma cerebral?

Os aneurismas cerebrais são alterações/deformidades que se formam em áreas frágeis das paredes dos vasos sanguíneos cerebrais, podendo se romper e causar sangramento intracraniano. Este quadro pode desencadear um acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH), representando uma emergência médica rara, porém grave, com riscos significativos para a vida do paciente.

Tipos de aneurisma cerebral

Existem alguns tipos de aneurismas, cada um com suas características distintas: 

  • Aneurisma sacular: dilatação em formato de “saco” na parede de uma artéria cerebral.
  • Aneurisma fusiforme: dilatação anormal que afeta parte ou toda a circunferência da artéria, sendo o menos comum.
  • Aneurisma blister: formado após a dissecção da parede arterial, mantendo apenas a camada externa da parede do vaso, assemelhando-se a uma “bollha”. Devido à fragilidade, esses aneurismas podem romper com facilidade, resultando em complicações graves.
  • Aneurismas traumáticos: decorrem de trauma na região da cabeça.
  • Aneurisma infeccioso ou micótico: provocado por infecção bacteriana, viral ou fúngica na parede arterial.

Quais são as causas do aneurisma cerebral?

Vários fatores tornam uma pessoa mais suscetível à formação de um aneurisma cerebral. Os principais fatores de risco incluem hipertensão arterial, colesterol e triglicérides altos, diabetes, tabagismo, consumo excessivo de álcool e histórico familiar de aneurisma cerebral. Cerca de 15% dos portadores de aneurisma cerebral têm parentes diretos com essa condição. Em casos raros, a lesão pode ser congênita, ou seja, a criança já nasce com ela. 

Sintomas de aneurisma cerebral

Com frequência, os aneurismas cerebrais permanecem silenciosos até que ocorra sua ruptura. Uma pessoa pode ter um aneurisma sem manifestar sintomas evidentes. Estudos apontam que entre 1-5% da população possui aneurismas pequenos sem saber, os quais podem permanecer inativos e não sangrar ao longo da vida.

A detecção precoce é essencial para a intervenção. Quando um aneurisma se rompe, os pacientes podem vivenciar uma dor de cabeça intensa e súbita, descrita como “a pior dor de cabeça de sua vida”. Outros sinais incluem: 

  • Convulsões.
  • Dificuldade súbita para andar ou tontura.
  • Fotofobia (sensibilidade à luz).
  • Fraqueza e alteração de sensibilidade.
  • Náuseas e vômitos.
  • Perda de consciência.
  • Ptose palpebral (queda da pálpebra)
  • Rigidez no pescoço.
  • Queda da pálpebra.
  • Visão dupla ou embaçada.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico de aneurismas cerebrais emprega técnicas avançadas, como angiografia por ressonância magnética e angiografia por tomografia computadorizada, para imagens detalhadas das estruturas vasculares. Contudo, a angiografia cerebral se destaca como “padrão ouro”.

Após o diagnóstico inicial, é importante realizar a angiografia cerebral para confirmação diagnóstica, obtenção de informações precisas sobre morfologia e tamanho do aneurisma, e planejamento de intervenções cirúrgicas, se necessário.

Este procedimento minimamente invasivo envolve a inserção de um cateter, geralmente na região da virilha, direcionado aos vasos cerebrais. A injeção de contraste iodado realça os vasos, enquanto raios X capturam imagens em tempo real. A angiografia proporciona avaliação minuciosa do aneurisma e dos vasos adjacentes, com alta sensibilidade para aneurismas menores que 3 mm e visualização de pequenos vasos perfurantes.

Tratamentos

Embolização: é o método preferencial para tratar aneurismas cerebrais rompidos atualmente. Neste procedimento, dispositivos endovasculares, como espirais metálicas (conhecidas como “molas”) e stents, são implantados para obter a oclusão completa do aneurisma, prevenindo ressangramentos. A embolização é realizada exclusivamente por médicos com treinamento em Neurorradiologia Intervencionista, caracterizando-se por um tempo de internação e recuperação menor em comparação com a cirurgia convencional.

Clipagem cirúrgica: envolve a colocação de um pequeno clipe de metal na base do aneurisma, isolando-o da circulação sanguínea normal após a craniectomia. Isso impede que o sangue entre no aneurisma, prevenindo futuros ressangramentos. Devido à sua natureza mais invasiva e traumática, este procedimento é reservado para casos especiais ou quando não há disponibilidade de serviços especializados em Neurorradiologia Intervencionista.

Prevenção de aneurisma cerebral

Os fatores de risco adquiridos associados à formação de um aneurisma podem incluir:

  • Pressão alta não tratada.
  • Tabagismo.
  • Consumo excessivo de álcool.
  • Idade (pessoas com 40 anos ou mais).
  • Trauma na cabeça.
  • Infecção.
  • Uso de drogas ilícitas, como cocaína ou anfetaminas. 
  • Aterosclerose, caracterizada pelo acúmulo de placa composta por depósitos de substâncias gordurosas, colesterol, resíduos celulares, cálcio e fibrina no revestimento interno das artérias.

É importante observar que esses fatores de risco aumentam a probabilidade de desenvolver um aneurisma cerebral, mas não necessariamente causam a doença.

Um estilo de vida saudável desempenha um papel crucial na prevenção de aneurismas cerebrais. Manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e gerenciar o estresse são medidas fundamentais. Além disso, o diagnóstico precoce por meio de check-ups regulares e a busca por assistência médica diante de sintomas preocupantes são passos essenciais para evitar complicações associadas a essa condição.

Recuperação após cirurgia de aneurisma cerebral

Por se tratarem de procedimentos minimamente invasivos, as técnicas de neurorradiologia intervencionista têm a recuperação mais rápida e menos dolorosa. A duração da internação varia conforme o tipo de tratamento, como nos casos de aneurisma, sendo comum passar alguns dias na UTI antes de ser transferido para um quarto. Em geral, o paciente permanece internado por cerca de 3 dias, retomando suas atividades cotidianas mais rapidamente.

O acompanhamento contínuo é crucial para avaliar os resultados do procedimento, garantir sua eficácia e prevenir recorrências, assegurando a estabilidade da saúde do paciente.

Perguntas frequentes

O que causa um aneurisma cerebral?

Alguns fatores tornam uma pessoa mais suscetível à formação de um aneurisma cerebral. Os principais fatores de risco incluem hipertensão arterial, colesterol e triglicérides altos, diabetes, tabagismo, consumo excessivo de álcool e histórico familiar. 

Quais são os sintomas mais comuns de um aneurisma cerebral rompido?

A ruptura do aneurisma apresenta sinais como dor de cabeça súbita e intensa, náuseas, vômitos, alterações na frequência cardíaca e respiratória, confusão mental e perda de consciência.

Como é feito o diagnóstico de um aneurisma cerebral?

A confirmação do aneurisma ou de hemorragia intracraniana depende de exames de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética do cérebro e angiografia cerebral. A presença de sangue no líquido cefalorraquidiano (líquor), após punção lombar indica hemorragia subaracnoide aguda. Para um diagnóstico preciso do aneurisma, incluindo localização exata e planejamento terapêutico é imprescindível a realização de angiografia cerebral.

A angiografia cerebral é realizada com um cateter diagnóstico inserido geralmente por um vaso da virilha, braço ou pescoço. O cateter é direcionado para as artérias que conduzem ao cérebro, onde é injetado o contraste iodado não iônico que realça a estrutura dos vasos sanguíneos, possibilitando sua visualização nas radiografias.

Quais são os sintomas mais comuns de um aneurisma cerebral?

Aneurismas menores costumam ser assintomáticos, mas, ao crescerem, podem romper ou comprimir estruturas cerebrais, causando sintomas como dor de cabeça, dor nos olhos, visão dupla e outras alterações, dependendo da área afetada. Esses sinais indicam a necessidade de buscar um especialista. A ruptura do aneurisma apresenta sinais como dor de cabeça súbita e intensa, náuseas, vômitos, alterações na frequência cardíaca e respiratória, confusão mental e perda de consciência.

O aneurisma cerebral pode ser hereditário?

Os aneurismas cerebrais, em geral, são considerados eventos esporádicos, embora haja uma conexão com histórico familiar. Estudos indicam que pessoas com parentes que tiveram aneurismas cerebrais apresentam um risco 3 a 5 vezes maior de desenvolver a condição. 

O processo de formação dos aneurismas é complexo, envolvendo diversos fatores, incluindo predisposição genética. Ao longo da vida, essa predisposição pode se combinar com condições ambientais, como hipertensão arterial e colesterol alto, elevando o risco da doença.

Embora menos comuns, existem síndromes hereditárias associadas aos aneurismas cerebrais. Além disso, essas lesões podem fazer parte das manifestações de outras doenças genéticas, como a doença renal policística, a síndrome de Ehlers-Danlos e o pseudoxantoma elástico. Compreender a interação entre fatores genéticos e ambientais é crucial para uma avaliação abrangente e uma abordagem eficaz na prevenção e tratamento dos aneurismas cerebrais.

Quais são as opções de tratamento disponíveis para aneurisma cerebral?

Embolização: método preferencial para tratar aneurismas cerebrais rompidos atualmente. Neste procedimento, dispositivos endovasculares, como espirais metálicas (conhecidas como “molas”) e stents, são implantados para obter a oclusão completa do aneurisma, prevenindo ressangramentos.

Clipagem cirúrgica: envolve a colocação de um pequeno clipe de metal na base do aneurisma, isolando-o da circulação sanguínea normal após a craniectomia. Isso impede que o sangue entre no aneurisma, prevenindo futuros ressangramentos.

Rua Maestro Cardim, 1293 - Cj.123 | Bela Vista | SP

(11) 3171-0878 | (11) 97163-5260

Siga-nos nas Redes Sociais